Está no Blog do Valdo Cruz
Em reunião com sua equipe, o presidente Lula [1] se mostrou irritado com o relatório inicial do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) e afirmou que “roubaram” o projeto da Lei Antifacção do governo, uma referência à decisão de Hugo Motta de entregar a relatoria para um adversário do governo.
Segundo Lula disse a seus ministros, a decisão do presidente da Câmara dos Deputados [2] acabou transferindo para a direita a autoria de um projeto elaborado por sua equipe.
“Foi de propósito, para tirar do governo a autoria de um projeto importante para o combate da segurança, ou seja, roubaram o projeto do governo, como disse Lula”, confirmaram ao blog dois ministros.
Na avaliação da equipe presidencial, a direita não quer dar ao governo Lula qualquer primazia no combate ao crime organizado, ponto frágil da administração do petista, refletido na pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (12).
O desabafo do presidente ocorreu em reunião com os ministros durante esta terça-feira (11). À noite, veio o alívio. Diante das críticas e da pressão do governo, o relator Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública do governador Tarcísio Gomes de Freitas, recuou e retirou todos os pontos que enfraqueciam a Polícia Federal e deixou de fazer suas propostas na Lei Antiterrorismo.
Segundo assessores de Lula, o governo pelo menos conseguiu inverter o debate.
Principalmente, explorando a proposta inicial de Derrite de enfraquecer, tanto na primeira versão como na segunda versão, o papel da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público nas investigações do crime organizado no país.
Nas redes sociais, governistas e petistas estavam passando a mensagem de que o projeto de Derrite buscava tirar a PF de investigações para beneficiar grupos políticos da direita e o próprio crime organizado.
A estratégia teve efeito depois que, no final da tarde, ao lado de Hugo Motta anunciou que desistiu fazer as mudanças na Lei Antiterrorismo. E que não mexerá em atribuições da PF.
O alívio final só veio à noite, quando o governo teve acesso ao último relatório do deputado ligado ao governador de SP confirmando os recuos anunciados um pouco mais cedo.
Foto reproduzida da Internet