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Manobra eleitoreira: Em PEC, relator prevê estado de emergência para pacote social de R$ 38,7 bilhões em ano de eleições

Está no g1

O senador Fernando Bezerra Coelho [1] MDB-PE), relator da proposta conhecida como PEC dos Combustíveis [2], anunciou nesta quarta-feira (29) ter abandonado o texto original e informou que recorrerá a outro projeto para propor um pacote social com medidas estimadas em R$ 38,7 bilhões.

O texto original da PEC dos Combustíveis previa compensação a estados que desonerassem os combustíveis [2]. A nova proposta de Bezerra passa a prever a ampliação do Auxílio Brasil e a concessão de um “voucher” a caminhoneiros, além de outros benefícios (leia detalhes mais abaixo).

A decisão do relator é anunciada a cerca de três meses das eleições. Para evitar as regras da legislação eleitoral, Bezerra incluiu no texto a previsão de ser decretado estado de emergência no país.

A legislação atual impede a criação de novos benefícios sociais em ano eleitoral – pela regra, só podem ser concedidos benefícios em programas autorizados e já em execução orçamentária. No entanto, a lei deixa uma brecha em caso de calamidade pública ou de emergência.

Ao anunciar a decisão nesta quarta-feira, Bezerra informou que a medida é motivada pela “elevação extraordinária e imprevisível dos preços do petróleo, combustíveis e seus derivados e dos impactos sociais deles decorrente”.

Para o senador, esse cenário agrava a crise econômica e a insegurança alimentar, o que justifica a decretação do estado de emergência. Segundo Bezerra, a medida foi respaldada pela consultoria do Senado.

Como fica a proposta?

Conforme o anúncio de Bezerra, a proposta passa a prever:

Versão original

No início de junho, o líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), apresentou a PEC dos Combustíveis, destinada a compensar estados, com até R$ 29,6 bilhões de recursos da União, que desonerassem a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre diesel, gás de cozinha e gás natural.

No entanto, houve dúvidas sobre a efetividade de novas mudanças tributárias sobre os preços cobrados nos postos, tendo em vista que outras medidas já foram aprovadas, e o receio de que governadores não aderissem à redução a zero das alíquotas.

Além disso, governistas consideraram obter maior impacto eleitoral ao fazer o dinheiro chegar “na ponta”, em vez de repassar aos estados. Inicialmente, chegou-se a avaliar a fazer as alterações no âmbito do projeto que tratava da desoneração aos combustíveis. Mas, segundo Bezerra, a PEC acabou “perdendo o objetivo”.

Agora, um outro texto, chamado projeto substitutivo, será apresentado a uma outra proposta de emenda à Constituição, apresentada em fevereiro deste ano pelo senador Carlos Fávaro (PSD-MT).

O texto já trazia a previsão de conceder um “auxílio diesel”” para os caminhoneiros (na versão original, o valor era de R$ 1.200) e de compensar os estados pelo transporte gratuito de idosos.

Foto reproduzida da Internet


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