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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, nesta terça-feira (20), que não houve, por parte da sociedade brasileira, qualquer pedido para que os militares dessem um golpe de Estado após as eleições de 2022. A fala ocorreu durante o julgamento de mais uma etapa da denúncia sobre a trama golpista.
Na leitura do voto, o magistrado citou uma carta assinada por militares da ativa e divulgada após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, na qual os oficiais diziam que não abandonariam a nação.
“A nação não estava pedindo aos militares. A nação sabe, e por isso o comandante do Exército negou participar do golpe, que as forças armadas não são um poder moderador”, afirmou Moraes.
De acordo com as investigações, o documento teria sido uma forma de pressionar o então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, a aderir ao plano golpista. Ele, no entanto, teria rejeitado qualquer ação ilegal para manter o ex-mandatário no poder. A Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontam que a recusa foi um dos principais fatores que impediram a concretização do golpe.
Em tom irônico, o ministro ainda comentou que, se a tentativa de golpe tivesse tido sucesso, não estaria na Corte como relator do caso.
“Me parece que aqui nenhum dos presentes e todos aqueles que nos ouviram, ninguém acredita que se houvesse golpe de estado estaríamos aqui a julgar esses fatos. Eu dificilmente seria o relator. Talvez aí a minha suspeição fosse analisada pelos kids pretos (membros da tropa de elite do Exército)”, disse Moraes.
Nesta terça-feira, a Primeira Turma da Corte tornou réus 10 dos 12 acusados do núcleo 3 por tentativa de golpe de Estado. O grupo teria sido responsável, segundo a PGR, pelas ações táticas da trama golpista, incluindo exercer pressão sobre o comando das Forças Armadas para adesão ao plano.
Foto reproduzida da Internet