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`Não aceitarei restrição da atuação da PF´, diz diretor-geral

Está no g1

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, afirmou que não admitirá qualquer interferência política ou tentativa de enfraquecer as competências da instituição. Em entrevista a Daniela Lima, do UOL [1], Rodrigues declarou que pretende defender a autonomia da PF diante de alterações propostas no projeto de lei de combate a facções criminosas, o chamado PL Antifacção.

O diretor foi enfático ao dizer: “Enquanto dirigente máximo do órgão, não vou aceitar nenhuma diminuição de competência ou restrição de atuação da PF”. A manifestação ocorre após o deputado federal e ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP), relator do texto na Câmara, modificar trechos do projeto original enviado pelo governo Lula (PT).Play Video

As mudanças feitas por Derrite condicionam a atuação da Polícia Federal em casos relacionados ao narcotráfico e às milícias à solicitação prévia dos governadores. Para a cúpula da PF, essa redação limitaria novas operações e poderia até comprometer investigações em curso.

A reação do governo foi imediata. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião de emergência no Palácio do Planalto para discutir estratégias contra o avanço do projeto no Congresso. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), classificou a proposta como “a maior operação já tentada para afastar a PF das investigações sobre o crime organizado”. O PT decidiu também entrar no debate institucionalmente e produzir uma campanha publicitária criticando o texto, chamando-o de “blindagem para os criminosos”.

Derrite, que voltou temporariamente à Câmara para relatar o projeto, afirmou estar elaborando uma nova versão para evitar ruídos e negou qualquer intenção política na redação. Tanto ele quanto o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), procuraram o Ministério da Justiça e a PF para tentar apaziguar as críticas.

Apesar da tentativa de revisão, o novo esboço do PL Antifacção ainda é visto com desconfiança. A proposta determina que a PF comunique autoridades estaduais sobre a abertura de investigações, o que, segundo especialistas, comprometeria o sigilo das ações. Além disso, o texto redefine a competência judicial, mantendo a análise dos casos em tribunais estaduais — algo considerado por técnicos do Ministério da Justiça como uma tentativa de restringir o alcance federal das apurações.

Fontes da corporação afirmaram que não há precedentes de um ataque tão direto às atribuições da Polícia Federal. O temor é que a medida impeça o avanço de investigações sobre o crime organizado e sobre o desvio de recursos de emendas parlamentares.

As alterações no PL serão tratadas pelo governo como uma tentativa de instaurar uma “PEC da Blindagem 2.0”, expressão usada para descrever manobras legislativas que poderiam travar operações policiais contra políticos suspeitos de envolvimento com esquemas criminosos.

Foto reproduzida da Internet

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