O presidente Jair Bolsonaro terá que abandonar o discurso anticomunismo. Certamente isso não vai agradar a caserna e aos seus fiéis seguidores. Em Moscou, em meio ao temor de parte da comunidade internacional em relação a uma possível invasão russa à Ucrânia, o capitão de terno, gravata e coturno, para não fugir a tradição, classificou a relação do Brasil com a Rússia como um “casamento perfeito” e elogiou o presidente Vladimir Putin dizendo que ele “busca a paz”.
No entanto, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que o Brasil “parece estar do outro lado de onde está a maioria da comunidade global” ao comentar a viagem de Jair Bolsonaro à Rússia.
A secretária de imprensa reforçou as palavras de um porta-voz do Departamento de Estado americano, que afirmara que o momento da visita do presidente brasileiro a Vladimir Putin, com os russos ameaçando invadir a Ucrânia, “não poderia ser pior”.
Bolsonaro, que admirava o ex-presidente americano Donald Trump, parece agora idolatrar o presidente russo Vladimir Putin. O mandatário brasileiro chegou a se vangloriar de ter sentado ao lado de Putin com uma distância de apenas 1 metro e meio, enquanto o presidente da França, Emmanoel Macron, quando esteve com Putin sentou numa mesa que media aproximadamente 5 metros de um lado a outro. Cada um numa ponta.
Esquece o capitão, que Macron se recusou a cumprir as exigências sanitárias do governo russo, como por exemplo, de fazer quarentena e não sair do hotel. Bolsonaro cumpriu a quarentena. Portanto, ele não deveria se vangloriar porque esteve próximo de Putin. Na visita que fez a Petrópoles (RJ), no retorno ao Brasil, para ver os estragos causados pelas fortes chuvas caídas na cidade fluminense, Bolsonaro fez um sobrevoo de helic´óptero e não se tem notícias que tenha se aproximado, nem que fosse de 1 metro e meio, de qualquer desabrigado ou de familiares que perderam parentes.
Detalhe: na ditadura se dizia que comunista comia criancinhas. Esse discurso nem o capitão vai poder usar, nem seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro, o Carluxo, que cuida das redes sociais do pai e que acompanhou a comitiva presidencial para participar de uma estranha reunião sobre segurança digital com os russos.
Aliás, sobre essa pauta, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou uma petição ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito dos atos antidemocráticos no STF, para que seja investigada a participação de Carlos Bolsonaro na comitiva presidencial.
Além disso, o parlamentar também quer que seja investigada a atuação do assessor presidencial Tércio Arnaud, integrante do chamado “gabinete do ódio” do Palácio do Planalto. A suspeita do parlamentar é que os dois foram obter informações sobre o aplicativo Telegram.
A conferir!
Foto reproduzida da Internet
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