Em apenas seis meses de governo o presidente Lula já demonstrou que o Brasil não será mais um figurante no cenário geopolítico mundial. Não será mais um lambe-botas dos Estados Unidos e nem se curvará à Europa.
Lula deixou isso bem claro ao falar na Cúpula por um Novo Pacto de Financiamento Global realizada em Paris dias atrás. Detentor da maior floresta tropical do Planeta, a Amazônia, considerada o “pulmão do Mundo”, o presidente do Brasil foi direto no cerne da questão que aflige o globo terrestre.
No seu discurso direcionado aos líderes mundiais presentes ao evento e aos que estavam ausentes, o petista cobrou que os debates sobre mudanças climáticas incluam também a redução das desigualdades sociais, colocando que “é um absurdo que em uma reunião entre presidentes de países importantes, a palavra desigualdade não apareça”.
Lula também fez críticas ao FMI (Fundo Monetário Internacional) ressaltando que instituições não podem continuar “funcionando de forma equivocada”.
“Se não discutirmos a questão da desigualdade, se não colocarmos isso com tanta prioridade quanto a questão climática, nós podemos ter um clima muito bom e o povo continuar morrendo de fome em vários países do mundo”.
O presidente do Brasil começa a incomodar e isso é sinal de que passou de coadjuvante no cenário geopolítico mundial, como dito no início deste texto, para ser peça fundamental nas tratativas sobre os problemas que afetam o mundo contemporâneo a ponto do jornal francês Libération dizer que “Lula é um falso amigo do Ocidente”. A publicação se refere ao posicionamento do petista frente à guerra da Ucrânia. “Não vou ficar fomentando a guerra. Quero criar condições para que os 2 países sentem [para negociar]”, afirmou Lula. Antes o presidente brasileiro já havia tido uma audiência com o Papa Francisco onde o tema foi discutido.
O Brasil não é mais a República das Bananas. O Brasil voltou a ser respeitado lá fora como nos dois primeiros governos Lula da Silva, a ponto do Rio de Janeiro ser a sede da Cúpula dos Chefes de Estado do G20 no próximo ano. O Brasil vai receber a presidência rotativa do G20 em dezembro deste ano. O grupo é formado por Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e pela União Europeia (EU).
A ONU (Organização das Nações Unidas) também escolheu o Brasil para sediar a Cúpula sobre o Clima a se realizar em Belém (PA) em 2025.
Como se observa, não somos mais um país vira-latas nem lambedor de botas. Fato!
Foto: Ricardo Stuckert