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“Melhor do que qualquer expectativa”. Essa foi a avaliação da oposição depois do longo voto do ministro Luiz Fux nesta quarta-feira (10). Parlamentares aliados a Jair Bolsonaro não esperavam que o ministro fosse inocentar o ex-presidente de todos os crimes pelos quais ele é réu. Segundo eles, o voto de Fux ajuda a pavimentar a pauta da anistia.
“Essa decisão traz tecnicidade para uma injustiça que está sendo praticada e pavimenta o caminho para quem estava em dúvida a apoiar a anistia”, disse o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
Na segunda-feira, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, volta à Brasília para, mais uma vez, ajudar a incluir a proposta na pauta de votação da Câmara. A expectativa da oposição é apreciar a urgência do projeto na próxima terça-feira (16) e o mérito na quarta (17). Mas até agora Hugo Motta não anunciou quem deve relatar o texto.
Apesar do otimismo sobre anistia, lideranças da oposição consideram impossível reverter o resultado no Supremo. E consideram que Bolsonaro será condenado após os votos de Carmen Lúcia e Cristiano Zanin por 4 a 1.
No Senado, a própria oposição considera o tema da anistia enterrado. Davi Alcolumbre já sinalizou nos bastidores e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Otto Alencar (PSD-BA), já disse publicamente que ambos não têm interesse em discutir o assunto, nem mesmo propostas alternativas.
Para lideranças da base do governo, o caminho na Câmara deve ser semelhante. Eles avaliam que o voto de Fux não influencia na pauta da anistia. E que os argumentos usados pelo ministro são inverossímeis.
“Fux criou a ideia do golpe surpresa. Só o Mauro Cid e o Braga Netto que conspiraram. O Bolsonaro não sabia de nada”, disse um deputado da base que acompanhou as mais de doze horas de julgamento.
A estratégia da base será mostrar que a anistia não pretende defender os presos, mas sim Bolsonaro, a partir da divulgação da informação de que Fux votou a favor da prisão de centenas de envolvidos nos atos golpistas.
A narrativa nas redes também deve reforçar o trecho do voto de Alexandre de Moraes sobre a operação Punhal Verde e Amarelo, que previa a morte de autoridades, e o trecho em que o ministro Flavio Dino argumentou que a anistia é inconstitucional para reforçar a disputa política.
Foto reproduzida da Internet