por Ricardo Lagreca
Alguém jamais poderia pensar que o nosso planeta poderia parar assim, como está acontecendo? Acho que não. Por mais profundo que seja o imaginário do homem, não seria desta maneira. É muito minúsculo para um mundo cheio de poderes, com exércitos de milhares de pessoas treinadas e armadas para se matarem entre si, invadirem os outros e se manterem senhores do mundo.
A terra poderia parar em uma guerra nuclear ou em última análise, na defesa de uma invasão de seres extraterrestres. Aí sim, estaria justificado o que se pensa e o que se investe, sobre a forma de como devemos viver.
Mas, não foi desta maneira. Sim, estamos todos atônitos, paralisados e
entregues a nossa própria sorte, pela propagação pandêmica de um agente,
que se quer, tenha as características que se possa definí-lo verdadeiramente como um ser vivo.
O que adianta o riquíssimo arsenal militar dos países hegemônicos, diante de uma partícula microscópica? Absolutamente nada. E a riqueza destes povos dominadores, cada vez mais responsáveis pela pobreza no mundo, concentrando em suas mãos todo o poder, que pareceria para eles, forte o suficiente para qualquer desafio. Também nada. E ainda correndo o risco de ver tudo, transformado em valores de papéis, e de rapidamente se evaporarem.
Será que agora verão que tudo o que planejaram é frágil demais? Será que
se tivéssemos construído outros exércitos, outras armas, menos mortíferas,
que matassem menos os homens e pensado mais nele próprio, como uma
criatura, tivéssemos mais força e acertado mais? Acho que sim.
*Ricardo Lagreca é médico cardiologista, professor universitário e ex-secretário de Saúde do Rio Grande do Norte