por Carlos Alberto Barbosa
Diante de novas informações que estão vindo agora relatados pelo documentário “08/01 – A Democracia Resiste”, da jornalista Júlia Duailibi, da Globo News, fica claro que a intenção dos golpistas era forçar o presidente Lula a decretar uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para conter os vândalos que invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro do ano passado. O objetivo dos golpistas era dar argumentos para que as Forças Armadas realizassem uma intervenção no país, obtendo apoio internacional.
Contudo, a primeira-dama, Janja, alertou o presidente Lula para o risco dos militares tomarem o poder, foi aí que Lula optou por uma intervenção na segurança pública do Distrito Federal, nomeando Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça, como interventor. Janja deu o que se pode chamar de “golpe de mestre” pra cima dos bolsonaristas,
O enredo do golpe estava “perfeito”, até então. Com o ex-presidente Jair Bolsonaro fora do país, mas se articulando pelas redes sociais, mesmo de longe, os golpistas foram chegando à Brasília dois dias antes para se juntarem aos que já estavam acampados na frente do QG do Exército com a conivência do comando. Tudo parecia bem articulado. O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, ex-ministro do governo Bolsonaro, assim como o “capitão” estava fora do Brasil, ambos, por coincidência, nos Estados Unidos.
Na véspera dos atos extremistas o documentário mostra que o ministro da Justiça, hoje ministro do STF, Flávio Dino, alertou o governo distrital a respeito da chegada em Brasília de “uma intensa movimentação de pessoas inconformadas com os resultados das eleições”. No documento, Dino solicitou o bloqueio da circulação de ônibus de turismo entre a Torre de TV e a praça dos Três Poderes no domingo (8) e na 2ª feira (9). O pedido foi feito pelo ministro à SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal) e foi assinado eletronicamente às 19h58 do sábado (7), véspera dos atos terroristas. As providências tomadas foram pífias.
O que os golpistas não contavam era que o presidente Lula, orientado pela primeira-dama, não ordenasse uma GLO para não dar argumentos às Forças Armadas de que o país sofresse uma intervenção militar em função do clima de insegurança instalado no Distrito Federal. Esqueceram de “combinar com os russos”.
E Jair Messias Bolsonaro na tentativa de tirar o dele da reta se ausentou do Brasil, mas estava se articulado com setores das Forças Armadas e empresários inescrupulosos para viabilizar o golpe.
O resto é conversa pra boi dormir!
Foto: UOL