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Para se ter maior tempo no programa eleitoral barganha-se tudo, com exceção…

por Carlos Alberto Barbosa

O jornalista Josias de Souza escreveu ainda em 2014 que “como ocorre às vésperas de toda eleição, o espírito de bazar baixou na política brasileira. Os partidos negociam seu tempo de propaganda no rádio e na tevê à luz do dia, na frente das crianças. Barganha-se de tudo, com exceção da mãe, que não tem valor de mercado“.

E é verdade!

Diz-se que o câncer da política é a corrupção. E a corrupção começa exatamente na campanha, com a escolha dos aliados. Toda aliança espúria tem reflexos lá na frente, na gestão. Alguém que fez alianças espúrias para se eleger, certamente ficará refém destas alianças espúrias após eleito.

Vejamos o caso agora do “centrão” para apoiar a candidatura do tucano Geraldo Alckmin à Presidência da República. Sabe qual foi a exigência do DEM? O apoio à reeleição do deputado federal Rodrigo Maia (RJ) à presidência da Câmara em caso de vitória de Alckmin.

Os caciques do DEM, tradicional parceiro do PSDB, elogiam os nomes citados pelos tucanos para compor a parceria com Alckmin, como o do deputado e ex-ministro Mendonça Filho (DEM-PE). Porém, afirmam que o “partido não terá tudo” e, se precisarem escolher, os caciques do DEM preferem uma sinalização de apoio de Alckmin a uma eventual reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara“, pontuou a jornalista Andréia Sadi em seu Blog.

Aqui no Rio Grande do Norte, uma dessas alianças chama a atenção. Além de ser formada por membros de oligarquias tradicionais no estado, a coligação encabeçada pelo ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT) se viu obrigado a aceitar que o seu vice fosse o filho da prefeita de Mossoró – segunda maior cidade do estado – Rosalba Ciarlini (PP). O jovem e inexperiente “político”, Kadu Ciarlini, está sendo o preço cobrado pelo apoio da cacique mossoroense ao representante do clã Alves, que mesmo que não goste de usar o sobrenome da família para dizer que é “independente” políticamente, terá ao seu lado como um dos candidatos ao Senado, o seu tio senador Garibaldi Alves, candidato a reeleição. Mas não só isso: na fatura a ser cobrada Rosalba Ciarlini “exige” do candidato a governador que eleja também parentes seus no Parlamento, tanto estadual quanto federal.

Como se observa, o tempo no horário eleitoral virou moeda onde a fatura a ser cobrada para quem vencer o pleito vem com juros e correção monetária, e porquê não através de notas promissórias. E quem paga a conta? O eleitor incauto.

A conferir!

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