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O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) acusou, nesta segunda-feira (8), o senador Rogério Marinho (PL-RN) de estar em “claro conflito de interesse” ao integrar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no INSS. Durante sessão que ouviu o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi [1], Pimenta defendeu que o parlamentar potiguar seja afastado da comissão.
Segundo o deputado, Marinho não poderia participar da investigação por ter ocupado cargos diretamente ligados ao objeto da apuração. O bolsonarista foi secretário especial de Previdência e Trabalho entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2020 e, em seguida, ministro do Desenvolvimento Regional no governo Jair Bolsonaro, até março de 2022.
“O senador Rogério Marinho, membro dessa CPI, foi ministro e respondeu diretamente pelos temas que estão sob investigação. Como membro desta CPI, o senador tem acesso aos documentos sigilosos que irão investigar possíveis irregularidades no período em que ele foi ministro. Por conta disso, é inequívoco que ele é parte diretamente interessada no objeto da investigação”, declarou Pimenta.
O deputado @Pimenta13Br [2] (PT-RS) pede a saída do senador Rogério Marinho (PL) da CPMI do INSS. “Estamos investigando possíveis irregulares no período em que o senador foi da Previdência com a participação dele como investigador. O senador bolsonarista não pode ser investigado e investigador ao mesmo tempo. É INCOMPÁTÍVEL”.
O parlamentar ressaltou que a situação compromete a isenção da comissão. “Estamos investigando possíveis irregularidades durante o período em que o senador foi ministro, com a participação dele como investigador. Isso é absolutamente incompatível”, disse, ao pedir ao presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), que solicite à liderança partidária a substituição do ex-ministro.
Fraudes bilionárias na mira
Instalada em agosto, a CPMI do INSS apura fraudes em descontos sobre benefícios previdenciários, estimadas em R$ 6,3 bilhões, segundo a Controladoria-Geral da União (CGU). O plano de trabalho aprovado prevê ouvir ex-ministros da Previdência, presidentes do INSS, dirigentes da Dataprev e representantes de entidades associativas acusadas de envolvimento no esquema.
Além de Carlos Lupi, também foram convocados para depor José Carlos Oliveira, que comandou a pasta no governo Bolsonaro, e dois investigados pela Polícia Federal: o empresário Maurício Camisotti e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.
Foto reproduzida da Internet