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Proteção a Cunha coloca Moro no centro do golpe de 2016 contra Dilma Ruosseff

Está no site Brasil 247

Caiu como uma bomba no meio político a revelação de que o ex-juiz Sergio Moro impediu a apreensão dos celulares de Eduardo Cunha – ex-deputado que tramou a compra de votos para derrubar a ex-presidente Dilma Rousseff no golpe de 2016. Para parlamentares da oposição, a revelação deixa claro que Moro foi peça decisiva no golpe de estado de 2016, que derrubou a presidente Dilma Rousseff e a substituiu por Michel Temer. Confira reportagem do Conjur:

por Rafa Santos

No dia anterior à prisão de Eduardo Cunha (MDB-RJ), o então juiz encarregado da “lava jato”, Sergio Moro, atuou para convencer os procuradores da força-tarefa a não pedir a apreensão dos telefones celulares do ex-presidente da Câmara dos Deputados. 

A informação foi obtida por meio da análise de diálogos que integram o pacote de mensagens enviados ao site The Intercept Brazil por fonte anônima e foi publicada em parceria com o BuzzFeed News

Os diálogos entre Moro e os investigadores ocorreram no dia 18 de outubro de 2016. Neles, o procurador Deltan Dallagnol pediu uma reunião com Sergio Moro para tratar de um pedido de apreensão dos telefones de emedebista.

No arquivo não consta nenhuma menção ao que foi discutido na reunião presencial entre o juiz e o procurador. No entanto, Deltan Dallagnol enviou às 14h16 uma mensagem em que diz que, após levar em consideração o que foi dito pelo juiz, a força-tarefa desistiu de pedir apreensão dos celulares. 

“Cnversamos (sic) qui e entendemos que não é caso de pedir os celulares, pelos riscos, com base em suas ponderações”, escreveu o procurador. No dia seguinte às conversas entre os dois, 19/10, Eduardo Cunha foi preso em Brasília.

Já detido, Eduardo Cunha questionou agentes da PF sobre se deveria ou não entregar seu aparelho celular e recebeu uma resposta negativa, segundo seus advogados.

Tanto a força-tarefa da Lava Jato como o Ministério da Justiça declararam que os celulares de Eduardo Cunha já haviam sido apreendidos anteriormente. A alegação se refere ao dia 15 de dezembro de 2015. Na ocasião, Eduardo Cunha teve seu telefone recolhido na operação catilinárias.

O questionamento do BuzzFeed News e do Intercept, no entanto, se refere ao diálogo do dia 18/10 de 2016, dez meses depois da apreensão citada por procuradores e pelo Ministério da Justiça.

Em resposta a reportagem, Moro informou novamente que “não reconhece a autenticidade das mensagens obtidas por meio criminoso”, e a força-tarefa da “lava jato” alegou que os celulares de Eduardo Cunha “já tinham sido apreendidos por ordem do Supremo Tribunal Federal.”

Eduardo Cunha mantinha em seu telefone conversas com detentores de foro especial. Essa particularidade poderia fazer com que as investigações fossem transferidas da força-tarefa em Curitiba para a PGR.

No dia 18 de outubro de 2016, um dia antes da prisão de Cunha, o chefe da força-tarefa, Deltan Dallagnol, mandou mensagens ao então juiz.

• 11:45:25 Deltan: Um assunto mais urgente é sobre a prisão
• 11:45:45 Deltan: Falaremos disso amanhã tarde
• 11:46:44 Deltan: Mas amanhã não é a prisão?
• 11:46:51 Deltan: Creio que PF está programando
• 11:46:59 Deltan: Queríamos falar sobre apreensão dos celulares
• 11:47:03 [Moro]: Parece que sim.
• 11:47:07 Deltan: Consideramos importante
• 11:47:13 Deltan: Teríamos que pedir hoje

Após ouvir as ponderações do procurador, Moro responde o seguinte:

• 11:47:15 [Moro:] Acho que não é uma boa

Apesar da resposta, Deltan insiste e tenta agendar uma reunião com Moro para tratar do assunto:

• 11:47:27 Deltan: Mas gostaríamos de explicar razões
• 11:47:56 Deltan: Há alguns outros assuntos, mas este é o mais urgente
• 11:48:02 [Moro]: bem eu fico aqui até 1230, depois volto às 1400.
• 11:48:49 Deltan: Ok. Tentarei ir antes de 12.30, mas confirmo em seguida de consigo sair até 12h para chegar até 12.15
• 12:05:02 Deltan: Indo

Não há, nos diálogos, registros do que foi discutido na reunião presencial entre eles. Porém, pouco depois, às 14h16, Deltan envia nova mensagem a Moro dizendo que, após conversar com procuradores e ao levar em consideração o que foi dito pelo então juiz, a força-tarefa desistiu de pedir a apreensão dos celulares.

• 14:16:39 Deltan: Cnversamos [Conversamos] aqui e entendemos que não é caso de pedir os celulares, pelos riscos, com base em suas ponderações

E Moro respondeu:

• 14:21:29 [Moro]: Ok tb

Foto reproduzida da Internet

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