Perrengue no carnaval de Olinda
Um sobrinho de Valéria, minha esposa, tinha alugado um apartamento em Recife para a família passar o carnaval. Como a gente adora o Reinado de Momo, fomos pra Recife de carro.
No domingo de carnaval decidimos que íamos pra Olinda, de ônibus, por causa das blitzes. Foi quase todo o grupo da família que estava em Recife.
Por volta das 16h, eu Valéria e minha cunhada Rosângela [Zanza], decidimos retornar pra Recife. O restante do grupo, mais jovem, permaneceu em Olinda.
Fomos para o ponto de ônibus onde nos informaram que tinha linha pra Recife, direto pra Boa Viagem, onde estávamos.
Chegando na parada uma fila enorme já estava formada. Não tinha outra alternativa a não ser entrar na fila, porque táxi era Bandeira 2 no carnaval e nesta época não tinha aplicativo de transporte.
Eu, já tinha tomado todas. Valéria e Zanza se postaram na minha frente na fila. Chega o ônibus aí começa o empurra, empurra para entrar no coletivo. Valéria e Zanza conseguem entrar e aí o motorista fecha a porta. Qual o meu desespero: estava sem nenhum centavo no bolso, já havia gasto em cerveja. Começo a gritar pra Valéria que estou sem dinheiro pra voltar pra Recife. Aí ela pede ao motorista pra abrir a porta para eu entrar. Consegui entrar, o ônibus lotado de gente parecia uma lata de sardinha.
Na medida em que o ônibus ia parando começou a esvaziar, até que chegou num terminal e todos desceram. Pra nossa “alegria” conseguimos sentar na esperança da viagem continuar, foi quando o cobrador olhou pra gente e disse que ali era o ponto final. Perguntamos se a linha não ia até Boa Viagem, e ele disse que não, que tínhamos que pegar outro ônibus.
Num dia só dois vexames: a “briga” pra entrar no ônibus e não ficar em Olinda sem dinheiro e o fato de termos pego o busão errado.
Foto: Arquivo pessoal