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Quem é o maior culpado por criar um Frankenstein?

Quem é o maior culpado pela eleição de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República, o presidente com o maior índice de rejeição entre todos pós o processo de redemocratização do país, isso com apenas 10 meses de governo? Você que votou nele!

Em editorial O Estado de S. Paulo, sim, tô falando do Estadão, que apoiou o golpe de 1964 estampou sob o título “Vivandeiras” que o arroubo do deputado Eduardo Bolsonaro, que invocou a possibilidade de edição de um “novo AI-5” para enfrentar opositores, não foi um exagero retórico. Ele externou o que pensa o grupo que ora está no poder, a começar pelo pai, o presidente Jair Bolsonaro, que passou toda a sua vida como político a lamentar o fim da ditadura.

E por que que você que votou nele é culpado disso? O Estadão tratou de responder: O objetivo é claro: dar vida ao que deveria estar morto e enterrado. O bolsonarismo desde sempre pretende acostumar os ouvidos da sociedade a ideias autoritárias como solução para os problemas nacionais. O método é escorar-se na liberdade de expressão e na imunidade parlamentar, dois dos pilares da democracia liberal, para acalentar a possibilidade de instalação de um regime de exceção, em que essas mesmas liberdades, entre outras tantas, são sumariamente cassadas.

E completa:

Nesse sentido, a ordem do presidente Bolsonaro para que o filho pedisse desculpas por suas declarações não tem valor nenhum. É o presidente, afinal, quem desde sempre incita essa retórica autoritária, elogiando ditadores, fazendo apologia de torturadores e ameaçando sistematicamente a imprensa. Os filhos, entre eles Eduardo, só agem – e só existem politicamente – em nome do pai.

Faz-se necessário dizer que Bolsonaro, por algum momento, nutriu a esperança de quem votou nele de acabar com a corrupção, de acabar com o fisiologismo e, sobretudo, com a violência no país, o que para muitos a esquerda e, sobretudo, os governos do PT são os maiores culpados. Ledo engano. O que se observa é que em apenas 10 meses de governo Jair Bolsonaro e seu staff agem da mesma forma ou talvez até pior que os velhos políticos da cena brasileira.

Volto ao editorial do Estadão:

Para a parcela mais radical dos eleitores de Bolsonaro, que o trata como “mito” e o segue fanaticamente, o pacto pela transição para a democracia foi imperdoável traição aos ideais da ditadura militar. Graças ao sucesso eleitoral de Bolsonaro, essas vivandeiras não se sentem mais constrangidas em demandar abertamente o fechamento do Congresso, sob o argumento de que se trata de um valhacouto de corruptos que tramam contra o Brasil; exigir a interdição do Supremo Tribunal Federal, visto como um antro de advogados que defendem petistas e minorias em geral; e torcer pela asfixia da imprensa livre, considerada veículo de esquerdismo e imoralidade. Em resumo, nutrem a esperança delirante de que o presidente Bolsonaro se aventure num golpe de Estado e consequentemente estabeleça uma ditadura.

O Estadão, assim como a Folha e a própria Globo, que apoiaram a ditadura militar, começam a abrir os olhos para o Frankenstein que criaram na última eleição presidencial. Menos mal, antes tarde do que nunca.

A conferir!

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