por Carlos Alberto Barbosa
Na consulta diária a “meus botões” tenho observado que se por um lado o pré-candidato ao Senado, ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo (PDT), não agrada a alguns prefeitos, o pré-candidato também ao Senado, Rogério Marinho (PL), não agrada certamente a grande massa de trabalhadores, que é quem, de fato, decide uma eleição.
Não quero entrar no mérito das declarações de Carlos Eduardo que disse a uma emissora de rádio de Caicó, região Seridó do estado, que “os prefeitos estão com os bolsos estufados de dinheiro. O povo tá liso, o povo tá desempregado e com fome. Mas os prefeitos estão com os bolsos estufados de dinheiro. Só que esse dinheiro é nosso. E a gente não sabe quanto foi nem pra onde vai, essa é que é a verdade”.
Certamente o ex-ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL), ao Senado pelo Rio Grande do Norte, possa explicar melhor essa afirmação de Carlos Eduardo.
Quem sabe o nome Engefort não diga alguma coisa!
Não custa refrescar a memória do leitor: a nova denúncia contra Rogério Marinho veio a tona no dia 11 de abril, com a publicação de uma série de reportagens da Folha, que continham informações obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e que apontam que Rogério Marinho e o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (do antigo DEM-AP) realizaram encontros fora da agenda oficial com dirigentes da Engefort, empresa que tem dominado as licitações de pavimentação do governo Bolsonaro, seja participando dos editais sozinha ou com empresas de fachadas.
A Engefort é uma construtora com sede em Imperatriz (MA) e tem expandido sua atuação, distante de sua base, ao vencer várias licitações de obras em outros estados, como Amapá, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte.
E porque Rogério Marinho não deve agradar aos trabalhadores?
Quando ficou conhecido nacionalmente pela presença constante nos jornais de TV e impressos, cujos patrões aplaudiram seu empenho na aprovação da reforma Trabalhista, que acabou com 100 direitos garantidos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o então deputado federal pelo PSDB do Rio Grande do Norte, Rogério Marinho, deu como certa sua reeleição para a Câmara dos Deputados, na eleição de 2018, relatou um texto da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Ele protagonizou uma das campanhas eleitorais mais caras do estado, alcançando a cifra de R$ 1,8 milhão de receitas declaradas ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) e, mesmo assim, perdeu a eleição.
“Errou o cálculo político ou não confiou na força da classe trabalhadora e teve apenas 59.961 dos votos”, disse a presidenta da CUT-RN, Eliane Bandeira, lembrando da campanha “Quem votar, não volta”, liderada pela Central contra a reforma Trabalhista do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), que legalizou o bico e promoveu o maior retrocesso trabalhista da história do país.
A dirigente recorda ainda que, em 2018, Marinho tentou outro golpe contra a classe trabalhadora, quando foi responsável pelo texto-base da reforma da Previdência em 2018, não aprovada naquele ano por causa da resistência dos trabalhadoers que fizeram uma greve geral no país. A proposta acabou sendo aporvada em 2019, no Governo Bolsonaro.
Como disse no título deste artigo, “Se Carlos Eduardo não agrada aos prefeitos, certamente Rogério Marinho não deve agradar aos trabalhadores”.
A conferir!
Imagens: TV Futuro