Política

Senado dos EUA recebe processo de impeachment em dia de cerimônia e formalidade

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O Senado dos Estados Unidos tomou as primeiras medidas formais nesta quinta-feira (16) para avaliar se vai afastar do presidente Donald Trump por abuso de poder, mas questões centrais, como se testemunhas deporão ou não em seu julgamento de impeachment, continuam no ar.

Um representante da Câmara, Adam Schiff, leu no Senado os termos da acusação (leia mais abaixo). O julgamento de fato deve se iniciar na semana que vem.

Na quarta-feira (15), a Câmara dos Deputados de maioria democrata enviou duas acusações formais contra Trump ao Senado controlado pelos republicanos, encaminhando o início do terceiro julgamento de impeachment de um presidente norte-americano na semana que vem.

A cerimônia, e não a substância, dará o tom dos procedimentos desta quinta-feira (16), quando os vários “promotores” da Câmara que processam Trump apresentarão os artigos de impeachment ao Senado.

O Senado convidará o presidente da Suprema Corte, John Roberts, a ir à Casa às 16h (horário de Brasília) para fazer o juramento como presidente do julgamento. A seguir os cem senadores prestarão juramento e o Senado notificará a Casa Branca a respeito do julgamento iminente de Trump.

Seguindo essencialmente os alinhamentos partidários, a Câmara dos Deputados aprovou por 228 a 193 encarregar o Senado de julgar o presidente republicano devido a acusações de abuso de poder por pedir à Ucrânia para investigar o rival político Joe Biden e de obstrução de Congresso por barrar depoimentos e documentos solicitados pelos parlamentares democratas.

Tendência é manter Trump no cargo

O Senado deve absolver Trump e mantê-lo no cargo, já que nenhum dos 53 republicanos expressou apoio à sua remoção –uma medida que exigiria uma maioria de dois terços.

Mas o impeachment de Trump na Câmara no mês passado é uma mácula em seu histórico, e o julgamento televisionado no Senado pode lhe criar constrangimento agora que ele busca a reeleição.

O ex-vice-presidente Biden é um dos favoritos da disputa pela indicação democrata para enfrentá-lo na eleição de 3 de novembro. Trump nega irregularidades e qualificou o processo de impeachment como uma farsa.

Trump é acusado de pressionar a Ucrânia

Um evento crucial para o processo foi um telefonema de 25 de julho no qual Trump pediu ao presidente ucraniano que investigasse Biden e seu filho, Hunter Biden, por corrupção e que analisasse uma teoria desacreditada segundo a qual a Ucrânia, e não a Rússia, tinha interferido na eleição norte-americana de 2016.

Os artigos de impeachment são os seguintes:

  • Abuso de poder ao pedir investigação ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, contra a família de Joe Biden. Deputados consideraram a ação uma “interferência de um governo estrangeiro” em favor da reeleição de Trump em 2020;
  • Obstrução ao Congresso por impedir diversas pessoas ligadas à sua administração de prestar depoimento (inclusive algumas que tinham sido intimadas) e por se recusar a entregar documentos aos investigadores durante o inquérito.

Os republicanos argumentam que esta ação e a retenção de US$ 391 milhões em ajuda de segurança à Ucrânia em troca das investigações não chegam a ser delitos dignos de impeachment, e acusaram os democratas de usarem o caso ucraniano para anular a vitória de Trump em 2016.

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