O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato a reeleição, tem apresentado nos últimos dias sintomas de um derrotado. O seu destempero emocional tem revelado que algo não vai bem na sua campanha à reeleição e, já afirmou que aceitará o resultado das eleições em caso de derrota. “A gente está nessa empreitada buscando a reeleição, se esse for o entendimento. Caso contrário, a gente respeita. Mas a nossa democracia, nossa liberdade acima de tudo”, disse em Resende (RJ), onde esteve sábado (20) fazendo campanha.
A declaração de Bolsonaro foi sintomática quando afirmou “nossa liberdade acima de tudo”. Para um bom entendedor meia palavra basta. Há informações veiculadas pela imprensa que Bolsonaro tenta negociar a sua liberdade se não se reeleger, visto que sob a mesa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, hoje presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), existem vários processos contra ele e seus filhos, e caso perca a eleição, com a imunidade perdida, poderá enfrentar à justiça comum. Bolsonaro teme ser preso e já deu várias demonstrações disso.
Bolsonaro apostou reverter o quadro nas pesquisas eleitorais com o “pacote social” dando bônus a caminhoneiros, reajuste no programa Auxílio Brasil e diminuição no preço dos combustíveis, mas tanto a pesquisa Ipec quanto a pesquisa Datafolha, ambas divulgadas na semana passada apontaram que os benefícios do “pacote social” foram pífios, colocando que o ex-presidente Lula, candidato novamente à Presidência da República poderá ganhar em primeiro turno.
A aposta final da campanha de Bolsonaro é no segmento evangélico. De acordo com reportagem do jornal O Estado de S Paulo, o presidente Jair Bolsonaro conta com o apoio de pastores com 50 milhões de seguidores nas redes sociais. Dos líderes religiosos identificados pelo jornal, três deles – com 23 milhões de seguidores – têm publicado vídeos convocando para os atos bolsonaristas de 7 de Setembro, o que pode ser outro tiro no pé.
A pesquisa Datafolha mais recente mostrou que Bolsonaro tem 59% das intenções de voto entre este eleitorado. Lideranças religiosas, no entanto, veem a possibilidade de subir para 70%, como ocorreu em 2018.
No entanto, o tiro pode sair pela culatra se a estratégia for a de plantar fake news na internet como fez o deputado pastor Marco Feliciano, que admitiu espalhar mentiras nas redes sociais de que se Lula for eleito fechará igrejas evangélicas. Ao contrário, Lula quando presidente sancionou a Lei de Liberdade Religiosa. Clique aqui [1] para conferir.
O sociólogo Marcos Coimbra, do Instituto Vox Populi, afirmou que “a 40 dias das eleições, o tempo é o principal adversário de Bolsonaro. As mudanças são completamente superficiais e o número de indecisos é muito pequeno. Bolsonaro não tem de onde tirar votos”, diz ele. “A importância do horário eleitoral é cada vez menor. A mídia tradicional envelheceu”, acrescenta.
Foto reproduzida da Internet
Em tempo: confira o meu comentário no BB News TV aqui no Blog e no Canal YouTube sobre o destempero emocional de Bolsonaro clicando aqui [2]