`Pode parecer pouco aos olhos de conservadores, mas só a façanha de ter interrompido um governo nazifascista já justificariam o êxito dos 100 primeiros dias do governo Lula. Claro, com o apoio de mais de 60 milhões de brasileiros e brasileiras que elegeram de forma democrática e lícita Luiz Inácio Lula da Silva pela terceira vez presidente da República.
Ignorar o fato é ignorar a própria história. Senão vejamos:
Andréia Sadi, jornalista do sistema Globo cita como ponto positivo do governo Lula em seus 100 primeiros dias de governo o fato de que começou tendo de “enfrentar uma crise bastante tumultuada, que foi a reação aos atos golpistas de janeiro”. Ela considera positiva a reação do governo (“bastante enérgica, reafirmando a democracia, chamando as autoridades competentes à responsabilidade”).
Para Octavio Guedes, outro jornalista do sistema Globo, “o que mais surpreendeu positivamente foi a rapidez com o que o governo Lula entendeu como se daria a tentativa de golpe” e “decretou uma intervenção federal civil no DF”. Segundo o colunista, em lugar de um golpe como 1964, seria “um pedido de ajuda aos militares para se tornar um governo fraco, tutelado pelas Forças Armadas”.
Para a jornalista Julia Duailibi, uma surpresa positiva foi a retomada de programas sociais, “que era uma demanda importante diante da crise”. Na análise dela, o governo conseguiu se articular para resgatar marcas dos primeiros mandatos de Lula e até mesmo da gestão Dilma. Segundo a avaliação, essa era “uma questão de urgência”, à qual o governo conseguiu responder.
Na visão do jornalista Valdo Cruz, Lula “acertou, e muito, na área social e na área ambiental”, ao trazer “um clima de civilidade ao país, focando nas famílias mais vulneráveis e mostrando que o Brasil está de volta, no campo internacional, para debater as mudanças climáticas”.
Com a situação sob controle o governo Lula pôde avançar em promessas de campanha – principalmente na área social, como a volta do Bolsa Família e do Programa Minha Casa, Minha Vida.
Os primeiros 100 dias confirmaram, também, tendências que já haviam sido antecipadas por especialistas: a nova posição do Brasil no cenário internacional e uma agenda intensa de viagens oficiais, com o país voltando a ter credibilidade e respeitabilidade lá fora.
O período, no entanto, também foi marcado por declarações de Lula que causaram polêmica e agitação na política e no mercado. Por exemplo, as críticas ao Banco Central e à taxa de juros, o que, de certa forma, é coerente com as posições de Lula.
Pesquisa Datafolha divulgada no início de abril revelou que maioria esmagradora dos brasileiros (as) dão razão a Lula em seu embate contra os juros altos. Para 80% dos entrevistados, Lula tem razão.
Outra pesquisa Datafolha revelou que 45% dos brasileiros (as) são contra as privatizações das empresas estatais, como os correios, por exemplo.
No total, o governo excluiu sete empresas do Programa Nacional de Desestatização (PND) e três do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
Portanto, como se observa, o governo Lula em seus primeiros 100 dias tem acertado mais do que errado. As críticas são pontuais e mais no que diz respeito as falas de Lula com relação a taxa de juros cobrada pelo Banco Central, o que para o presidente emperra o desenvolvimento do país.
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