Política

Suspensão de parlamentares da ala-bolsonarista agrava guerra no PSL

A convenção nacional extraordinária do PSL decidiu, nesta sexta-feira (18), suspender das atividades partidárias cinco deputados: Alê Silva (MG), Bibo Nunes (RS), Carlos Jordy (RJ), Carla Zambelli (SP) e Filipe Barros (PR).

A informação foi confirmada pelo deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), integrante da executiva nacional, e pelo líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), na saída do encontro.

Os cinco parlamentares assinaram a lista apresentada pelo deputado Major Vítor Hugo (PSL-GO), na última quarta-feira (16), para tornar o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) novo líder da bancada. Eduardo é filho do presidente Jair Bolsonaro.

Logo em seguida, porém, o deputado Delegado Waldir (PSL-GO) apresentou uma lista com 31 de assinaturas para retomar a liderança.

Suspensão

O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), afirmou que os parlamentares terão direito de resposta, “mas a suspensão começa imediatamente”.

“Suspensão de todos os direitos, qualquer manifestação no plenário, suspensão de colocar nome em lista representando o PSL de escolha do líder do partido. O partido só está usando a legislação.”

Segundo o deputado, “existe vasto material probatório” de ataques desses parlamentares ao partido, aos parlamentares e ao presidente da sigla, Luciano Bivar, inclusive nas redes sociais.

O estatuto do PSL (artigo 126) prevê que o parlamentar poderá ser punido com suspensão. Ele terá prazo de cinco dias para recorrer da decisão.

O mesmo estatuto diz que compete ao presidente da Comissão Executiva Nacional pedir ao Conselho de Ética abertura de processo para apurar conduta de algum membro. Ao Conselho de Ética cabe processar as representações e se manifestar nos casos submetidos pela executiva da legenda.

No julgamento do processo, os envolvidos têm direito à palavra, assim como os membros da executiva para fazer esclarecimentos. Encerrada essa fase, passa-se à votação do parecer do conselho de ética, que será aprovado se houver maioria absoluta de votos. Cabe recurso da decisão.

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Outras decisões

Segundo os parlamentares, o partido também decidiu ampliar o número de delegados aptos a votar na convenção do partido marcada para novembro, que servirá para eleger o novo comando do partido.

O partido também fez uma complementação no quadro de convencionais. O número de convencionais passou de 101 para 153. Dos 52 novos, 34 foram de uma chapa única eleita nesta sexta-feira – na lista, há deputados e senadores.

A maior parte, alinhada com o presidente da sigla, Luciano Bivar (PSL-PE). A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), do grupo alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, informou que não votou na chapa porque precisava analisar a lista de forma mais detalhada.

“Foi apresentado uma chapa, então o voto era na chapa um ou o voto em branco”, disse o líder do PSL, senador Major Olímpio, que assegurou que a convenção foi realizada nos termos legais.

“A convenção da forma legal, protocolada no TSE, foram notificados todos os parlamentares no prazo dos 5 dias e poder-se-ia ter se apresentado uma outra chapa, não apareceram, não houve outra proposta de chapa”, completou o senador.

Mais cedo, na chegada ao evento, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) tinha afirmado que estudava a possibilidade de tornar nula a reunião, porque parlamentares da ala alinhada com o presidente Jair Bolsonaro não foram notificados. A deputada afirmou que uma regra do Estatuto do partido prevê a necessidade de notificação.

Após a reunião, Zambelli declarou que soube pela imprensa da decisão de suspensão das atividades partidárias. Ela então foi questionar o líder do PSL, Delegado Waldir.

“Quando eu subi me disseram que eu não vou ser expulsa do partido, não há expulsão, que não serão cobrados… agora na saída soltou na imprensa que ele diz para vocês que eu estou dispensada. Não existe suspensão, suspensão do que? Da atividade parlamentar? Querem me cassar então? É uma cassação?”, declarou a deputada.

Diretórios estaduais

Segundo o senador Major Olímpio, durante a reunião desta sexta, houve uma solicitação de parlamentares do Rio de Janeiro e de São Paulo para que sejam feitas mudanças nos diretórios desses estados, que são comandados, respectivamente, pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), ambos filhos do presidente Jair Bolsonaro.

“Os parlamentares de São Paulo se reunirão neste final de semana, e na segunda-feira ou na terça-feira, apresentarão uma proposta de mudança na executiva estadual à executiva nacional”, disse Major Olímpio.

O líder do PSL no Senado afirma que ainda não há, formalmente, o afastamento das executivas em São Paulo e no Rio de Janeiro.

“Não posso antecipar uma posição que eles vão tomar, mas eles querem apresentar e legitimamente vão apresentar uma proposta de uma nova executiva nesses dois estados. E tem mais estados que estão sendo pontuados aí, que poderá ser aquiescido ou não pela executiva nacional”, disse.

Foto reproduzida da Internet


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