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Vamos deixar de hipocrisia de tentar culpar o governo Fátima pelo terrorismo praticado por bandidos

Carlos Alberto Barbosa

Ocupo novamente este espaço para reforçar o que já disse em outro artigo, ou seja, que querem fazer da governadora Fátima Bezerra (PT) “bode expiatório” para tentar culpar ela do terrorismo praticado por bandidos nos últimos dias no Rio Grande do Norte.

Deixemos de ser hipócritas, oposição e parte da imprensa papa-jerimum. O terrorismo da bandidagem não é coisa isolada do Rio Grande do Norte. Em outros estados ocorrem a mesma coisa quando interesses de facções criminosas são contrariados.

No caso do nosso Estado a governadora Fátima Bezerra tão logo soube das primeiras ações dos marginais tratou logo de solicitar ao ministro da Justiça, Flávio Dino, a presença da Força Nacional em território potiguar, prontamente atendida. Que aliás, Dino já prometeu nesta quinta-feira (16) reforço policial nacional.

Não nos esqueçamos que as facções criminosas, como também as milícias, aumentaram o seu poder de fogo com a liberação de armas no governo de Jair Bolsonaro (PL). Dados do Exército obtidos mostram que, nos quatro anos de mandato do ex-presidente, foram concedidos 904 mil novos registros de armas para caçadores, atiradores e colecionadores.

O governo Bolsonaro concedeu em média 691 registros de novas armas por dia para CACs (grupo formado por caçadores, atiradores e colecionadores) nos quatro anos de mandato do ex-presidente. Foram ao todo 904.858 registros para aquisição de armas entre 2019 e 2022, indicam dados do Exército obtidos pelo g1 via Lei de Acesso à Informação.

Os registros concedidos aos CACs ao longo do governo Bolsonaro representam a liberação de 26 novas armas por hora no país nos últimos quatro anos.

O número de pessoas com certificado de CAC deu um salto no governo Bolsonaro. Cresceu 474%, segundo dados do Anuário de Segurança Pública [1], que considera licenças para atividades de caçador, atirador desportivo e colecionador concedidas até 1º de julho de 2022. O número de pessoas com registro de CAC passou de 117,5 mil em 2018, antes de Bolsonaro assumir, para 673,8 mil.

Em seu mandato, Bolsonaro editou decretos que facilitaram o acesso a armas [2], inclusive as de grosso calibre e uso restrito, como fuzis, com critérios menos rígidos para posse e aquisição, bem como maior limite de munições disponíveis por ano para CACs.

Ilusão se pensar que todas estas armas foram parar, de fato, nas mãos de caçadores, atiradores e colecionadores. O poder bélico das facções criminosas deixa isso bem claro. Muitas destas armas compradas “legalmente” foram parar nas mãos de traficantes e milicianos.

Fato é que os bandidos têm hoje um arsenal muito maior do que as policias Militar, Civil e Federal. Daí combater a criminalidade não ser tão fácil quanto se pensa.

Ainda bem que os decretos de Bolsonaro foram parcialmente suspensos pelo STF [3] (Supremo Tribunal Federal) em setembro de 2022. No dia 2 de janeiro, o presidente Lula (PT) revogou as normas sobre armas [4] e definiu novas regras, dentre as quais a suspensão de novas concessões para CACs registrarem novas armas.

Tem gente que defende o armamento para defesa pessoal. O resultado está aí. Vamos deixar de hipocrisia, táokei!

Foto reproduzida da Internet

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