Editorial

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Palavras são palavras, nada mais que palavras

Chega de mentira, de enrolar o povo, de prometer as coisas e não cumprir. Quando o eleitor elege um político para ocupar um cargo no Executivo, ele espera, ao menos, que ele, o político, cumpra o seu mandato até o fim. Afinal, foi pra isso que foi eleito.

As palavras de José Serra estampadas nos jornais hoje, negando que fizera qualquer promessa na campanha de 2004 para prefeito de São Paulo, quando indagado se fosse eleito prefeito se iria sair candidato à Presidência em 2006, quando disse que não, dando inclusive a promessa por escrito,  mostram bem o descompromisso dos políticos neste Brasil varonil.

Serra admite que disse que não iria deixar a prefeitura para concorrer à sucessão presidencial, o que não ocorreu.

– Primeiro, eu não assinei nada em cartório. Isso é folclore, disse Serra.

– Houve um debate, uma entrevista. O pessoal perguntou: ‘Se o senhor for eleito prefeito vai sair para se candidatar à Presidência?’ Eu disse que não. ‘Então assina aqui.’ Eu assinei um papelzinho. Não era nada… Eu estava dizendo a absoluta verdade”, complementou.

Ora,ora,ora, Senhores. Não precisava assinar nada em cartório. Bastava a palavra do então candidato. Ou sua palavra não vale nada?

Isso serve para outros políticos também.

Em Natal mesmo podemos citar o caso da ex-governadora Wilma de Faria (PSB). Todos sabem que o projeto político de Wilma é chegar ao Senado em 2014. Especula-se, no entanto, que ela poderá sair candidata a prefeita de Natal nas eleições de outubro. Wilma ainda não afirmou nada com relação a isso. Apenas diz que as bases e o “povo” querem que ela retorne ao Palácio Felipe Camarão.

Pois muito bem: Digamos que Wilma se lance candidata a prefeita e ganhe as eleições. Alguém tem dúvida que ela cumprirá o mandato de prefeita até o fim? Eu confesso que tenho. No meio do mandato ela, Wilma, deixará a cadeira de prefeita para concorrer a única vaga ao Senado nas eleições de 2014. Podem apostar!

Claro que se alguém perguntar a ela se caso ela seja candidata a prefeita e ganhando a eleição deixará a prefeitura para sair candidata ao Senado, aposto que a ex-governadora dirá que não. Fará como Serra. Sugiro aí ela assinar um documento em cartório, o que Serra alega que não fez e que, portanto, o “papelzinho” que assinou não teve validade. A conferir!

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