Editorial

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Foi a política que mudou ou foi o PT?

Fico a imaginar a cara dos companheiros ao lado de Paulo Maluf na campanha de Fernando Haddad (PT) para prefeito de São Paulo. Uma cena que poderia ser inusitada há 30 anos passados. Mas a política é dinâmica, como costumo dizer. Não faz tanto tempo assim, coisa de uns dez anos, o PT do Rio Grande do Norte foi o primeiro a malufar, digamos assim.

Quem não se lembra de uma foto histórica com o deputado Fernando Mineiro, então presidente estadual do PT, a deputada federal Fátima Bezerra e a então candidata ao governo do estado, Wilma de Faria (PSB), no segundo turno das eleições 2002 tirada na sede do PT do RN? A cara dos petistas era de constrangimento. Wilma, que nunca foi socialista, entrou na política pelos braços do malufismo. O seu ex-marido, Lavoisier Maia, era partidário de Paulo Maluf no Rio Grande do Norte. Os três – Maluf, Lavô e Wilma – compunham a fina flor do PDS.

Só pra recordar:

Na corrida para compor as alianças visando a disputa do segundo turno da eleição para o governo do estado em 2002, a ex-prefeita de Natal, Wilma Maria de Faria, que já estava no PSB, saiu em vantagem. Ela conseguiu unir em torno de sua candidatura duas forças antagônicas, o PT e o então PFL, este último chefiado pelo senador José Agripino Maia, representante de uma das oligarquias que dominam o cenário político do Rio Grande do Norte há mais de 30 anos.

O acordo com o PT foi alinhavado sem as dificuldades esperadas. Segundo o presidente do diretório regional da legenda, Fernando Mineiro, à época, o apoio do PSB no plano nacional à candidatura de Lula à Presidência facilitou as ações no campo estadual.

Pois novamente Lula entra em ação, desta vez em São Paulo, levando Paulo Maluf a apoiar Fernando Haddad. Tudo isso para obter mais 1m43s no programa eleitoral. Muito pouco para vender a alma a um político que sempre apoiou a ditadura militar e sempre jogou sujo contra o PT. Mas como disse, não é a primeira vez que o PT conjuga o verbo malufar.

Acho que os petistas têm saudades na época em que se cantarolava pelos quatro cantos do país o Lulalá. Parece que agora é o Lulaluf!  Naquela época via-se o entusiamo da militância petista. Hoje, o que observa-se são críticas pontuais ao comportamento da direção nacional sob as ordens de Lula. Casos recentes como os de Recife (PE) e Mossoró (RN) provam esse centralismo petista nas decisões dos diretórios municipais e estaduais.

Há de se perguntar: Foi a política que mudou ou foi o PT? A conferir!

*Charge de Juscilan

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