Editorial

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Não sei o que é mais repugnante se as ilações da Veja ou o vandalismo

Estou indignado como cidadão e jornalista com a reportagem dita especial da revista Veja às vésperas das eleições presidenciais insinuando, sim, insinuando, que tanto o ex-presidente Lula quanto a presidente Dilma tinham conhecimento do esquema de desvio de dinheiro na Petrobras. Chega a ser repugnante as ilações feitas na reportagem numa clara ação orquestrada para beneficiar o candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves. Sinceramente, não sei o que é mais repugnante se as ilações da Veja ou o vandalismo contra o prédio da Editora Abril que edita a publicação. Mas uma coisa é consequência da outra.

Sou totalmente contrário ao cerceamento da liberdade de imprensa, mas o que a Veja fez é reprovável sob todos os aspectos. Prova maior disso é que a publicação que é acessada somente por assinantes, neste final de semana a Abril decidiu abrir mão disso, liberando para acesso gratuito  a reportagem onde o doleiro Alberto Youssef diz que o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff sabiam das transações ilegais na Petrobras. Por que isso, por que essa decisão? Está claro que é para todo mundo ter acesso a reportagem capciosa, ou seja, a Editora Abril quer dar ampla publicidade ao que chamou de “reportagem especial”.

Justifico a minha indignação reproduzindo um texto que publiquei ontem mesmo neste espaço questionando a reportagem recheada de ilações. Dizia eu:

Lendo a reportagem fantasiosa e opinativa da edição de Veja deste fim de semana que antecede o pleito presidencial, faço um questionamento que me parece pertinente: por que só a Veja teve acesso ao depoimento do doleiro Alberto Youssef na última terça-feira? E os jornais que estão interessados no assunto como a Folha, O Estadão e o Globo, por que não deram, sequer, uma linha numa coluna qualquer que seja?

E mais:

Lendo a reportagem fantasiosa da Veja, em determinado trecho chega-se a conclusão de que não passa de ilações. Senão vejamos, sem trocadilho:

– De acordo com o doleiro ele foi convocado pelo então presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, para acalmar uma empresa de publicidade que ameaçava explodir o esquema de corrupção na estatal. A empresa queixava-se de que, depois de pagar de forma antecipada a propina aos políticos, tivera seu contrato rescindido. Homem da confiança de Lula, Gabrielli, segundo o doleiro, determinou a Youssef que capitasse 1 milhão entre as empreiteiras que participavam do petrolão a fim de comprar o silêncio da empresa de publicidade. E assim foi feito.

Aí vem a ilação da revista quando ela mesma indaga:

– Gabrielli poderia ter realizado toda essa manobra sem que Lula soubesse? O fato de ter ocorrido no governo Dilma é uma prova de que ela estava conivente com as lambanças da turma da estatal?

A Veja mesmo responde as indagações:

– Obviamente, não se pode condenar Lula e Dilma com base apenas nessa narrativa. Não é disso que se trata. Yousseff simplesmente convenceu os investigadores de que tem condições de obter provas do que afirmou a respeito de a operação não poder ter existido sem o conhecimento de Lula e Dilma

E o pior de tudo, Veja já se antecipa para o que o doleiro vai dizer na próxima semana à Polícia Federal:

– Na semana que vem Alberto Youssef terá a oportunidade de relatar um episódio ocorrido em março deste ano, poucos dias antes de ser preso. Youssef dirá que um integrante da coordenação da campanha presidencial do PT que ele conhecia pelo nome de “Felipe” lhe telefonou para marcar um encontro pessoal e adiantou o assunto: repatriar 20 milhões de reais que seriam usados na campanha presidencial de Dilma Ruossef.

Como se observa um novo caso Lurian foi montado às vésperas do pleito para detonar Dilma.

 

 

 

 

 

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