Editorial

Editorial: Sabe de nada, inocente!

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Curioso. O empresário Fernando Baiano, agora com prisão preventiva decretada pela justiça por suspeita de envolvimento no Petrolão, esquema de corrupção na Petrobras, disse em depoimento à Polícia Federal, que soube apenas recentemente que Cerveró  – Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras – era indicação política do PMDB e que achava que o ex-diretor era vinculado ao PT.

Mais curioso ainda é que Baiano negou ser operador de “qualquer partido político”, mas admitiu que pediu ao doleiro Alberto Youssef, principal alvo da Operação Lava Jato, que fizesse doações para campanhas políticas. Ele também contou manter duas contas “declaradas” no paraíso fiscal de Liechtenstein, na Europa, de acordo com reportagem do Estadão.

Ué, por que então esse interesse em doações para campanhas políticas? E de quem são estas contas mantidas no exterior?  Sabe de nada, inocente!

Aliás, na mesma declaração à Polícia Federal, Fernando Baiano se contradiz quando afirma que foi no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso que conheceu o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, autor do documento considerado tecnicamente falho pela presidente Dilma que embasou a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Os investigadores suspeitam que Fernando  Baiano tenha atuado nessa área internacional, o que ele rechaça.

Fernando Baiano é um “inocente”, ao que declara. Mas, veja, caro leitor, o que diz o jornalista Lauro Jardim em sua coluna Radar on-line hospedada na revista Veja:

– Fernando Baiano é um feliz proprietário de uma super lancha de 54 pés, com a qual ele singra o mar azul de Angra dos Reis. Baiano a comprou de Otavio Azevedo, presidente do conselho de administração da Andrade Gutierrez.

Claro, há quem ache que Fernando Baiano tem dinheiro limpo para comprar uma lancha. Sabe de nada, inocente!

Contudo, na quarta-feira, ao visitar seu cliente, o advogado Mário de Oliveira Filho negou a participação de Fernando Baiano em esquemas de pagamento de propina, mas declarou que não se fazia obra no Brasil “sem acerto com político”.

Sabe de nada, inocente!

Me parece que o fato de Fernando Baiano só se entregar à Polícia Federal dias depois de ser decretada a sua prisão, foi armação para se preparar para o que iria dizer. Ou melhor, negar.

A conferir!

Charge: Passofundo

 

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