Editorial, O Baú de um Repórter, Política

O Baú de um Repórter

Na época em que era correspondente da Radiobras no Rio Grande do Norte o governo do estado – Garibaldi era o governador – disponibilizou uma sala para a empresa para que eu trabalhasse numa espécie de permuta. O governo cedia o espaço físico à Radiobras e eu como correspondente divulgava as ações do Executivo estadual. A sala ficava próxima a redação da Assessoria de Comunicação no prédio da Governadoria. Vizinha a redação ficava a sala do secretário de Comunicação do governo jornalista José Wilde de Oliveira Cabral. Vamos ao fato:

O dia em que eu e o colega Carlos Roberto pregamos uma peça em José Wilde

Na época em que era correspondente da Radiobras no Rio Grande do Norte sempre passava mais tempo na redação da Asessoria de Comunicação do governo do estado do que propriamente na sala que fora disponibilizada pra mim na Governadoria. Isso foi no primeiro governo Garibaldi. A redação contava com colegas e amigos dos tempos do Diário de Natal. Carlos Roberto, uma figurava maravilhosa e brincalhão, tinha atuado comigo na redação do DN. Ele como editor de Economia e eu como repórter. Robertão, como a gente o chama, estava na Assessoria de Comunicação do governo do estado como chefe de reportagem. No dia em que José Wilde fazia aniversário resolvemos fazer uma brincadeira com ele.

Como disse, a sala de Wilde fazia parede com a redação. Todos os dias de manhã eu participava, por telefone, do programa Revista Nacional, da Rádio Nacional, em Brasília. Dava os destaques dos jornais e comentava as notícias. Nesse dia, eu e Robertão combinamos de que na hora em que eu estivesse no ar ele abriria a porta da sala de José Wilde e eu daria a notícia do seu aniversário no Revista Nacional. Claro, que tudo seria de mentira. Mas como Wilde não estava sabendo iria pensar que era verdade.

Com aquele seu jeito sempre discreto José Wilde é avesso a badalações. Sabendo disso é que combinamos pregar a peça nele. Dito e feito: Era por volta de 8h e 8h30, horário em que sempre entrava no ar para ler as manchetes dos jornais locais. Wilde sabia que nesse horário eu entrava no ar para participar do programa. Peguei o telefone e fingi estar ligando para Brasília. Robertão abre a porta da sala de Wilde e finge também perguntar alguma coisa a ele de interesse do governo. Isso para manter a porta aberta e dar condições de Wilde ouvir eu “falando” para o Revista Nacional.

Finjo então entrar no ar, dou bom dia ao apresentador do programa, leio as manchetes, comento-as e antes de encerrar a “participação” lembro ao apresentador que naquele dia era o aniversário do secretário de Comunicação do governo do Rio Grande do Norte. Robertão não se aguenta e começa a rir. Da mesma forma todos que estavam na redação. A cara de Wilde, segundo me contou Robertão, era de assustada. Não estava acreditando que eu tivesse feito aquilo com ele. Depois fui a sua sala e disse que era tudo uma brincadeira. Ele levou na esportiva e todo mundo gozou com a cara dele. Guardo no meu baú de memórias boas lembranças dessa época.

Obs do Blog: O web-leitor que quiser encontrar outras memórias deste repórter é só ir em BUSCA na coluna à direita e digitar uma palavra-chave tipo Baú

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