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Teleco-Teco, crônica de José Carlos Oiveira

– Meu sobrinho Teco, aos 17 anos, não é diferente dos outros garotos de Copacabana. Está no 3º ano do 2ª grau; estuda num colégio próximo à sua casa. Tem uma prancha de surf e uma motoca em cuja garupa leva sempre uma cocota. Em casa vê televisão, seja qual for o programa. Seu pai, meu “irmão de boemia”, leu uma reportagem sobre a enorme coleção de tolices que professores e alunos trocam nas escolas cariocas, como figurinhas destinadas a completar um álbum surrealista. “Gasto uma fortuna no colégio, queixou-se o pai. “Não posso crer que esse dinheiro sirva apenas para emburrecer meu filho. “Propus-lhe então que me deixasse a sós com o Teco; eu o submeteria a um teste de brincadeira, devidamente gravado [com o consentimento do entrevistado] e obdecendo à minha inspiração de momento. Resultado:

– Quem é o presidente Ford?

Teco – Inventou o carro de quatro rodas e foi eleito presidente dos EUA. Com a crise da gasolina, marcou bobeira. Mas os americanos conseguiram extrair gasolina de amendoim, e por isso Jimmy Carter tomou o lugar dele na Casa Branca. Carter é o maior fabricante de amendoim do mundo.

– E o amedoim, o que é?

Teco – Uma espécie de pipoca feita de soja. Coisa de japonês.

– Já ouviu falar no presidente Vargas?

Teco – Claro. É uma avenida que fica no miolo da cidade, e então começaram a botar e tirar arquibancada por causa do carnaval. Sujaram a barra da avenida dele, e ele ficou tão desgostoso que deu um tiro na cabeça.

-Santos Dumonte?

Teco – Inventou o desastre de avião, porque na época não havia aeroporto para terrissar. Mas ele percebeu a tempo o erro que havia cometido, construiu o Aeroporto de Santos Dumont e o do Galeão, e ganhou uma nota preta. Até hoje tem dinheiro circulando com a cara dele.

– Como vivia a humanidade há dez mil anos?

Teco – Vivia que nem o Raul Seixas, usando roupas incrementadas e tocando guitarra elétrica. Foi um tempo legal, que terminou com a guerra.

– Qual guerra?

Teco – Ué?, Tá querendo me derrubar? A guerra mundial, pô. Não vai me dizer que teve alguma outra.

– Como se chamava o homem que provocou essa guerra mundial?

Teco – Hitler. Ele não ia com a cara dos judeus. Aí os judeus se uniram aos americanos e tome bala. Morreu todo mundo. Só sobrou quem se salvou.

– Qual foi o primeiro homem a pisar na Lua?

Teco – São Jorge.

– Quem é o Rei da Inglaterra?

Teco – O Rei da Inglaterra não é Rei, é Rainha. Chma-se Carolina, mora em Mônaco e vive badalando em Paris, Uma gatinha.

– Como foi que Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil?

Teco – Tava uma calmaria medonha, ele não tinha mais saco para procurar o caminho das Índias aí disse à tripulação: “Tão vendo aquela praia ali, cheia de menininhas de tanga e gatões pegando onda? Vamos ficar por aqui mesmo”. Depois disso eles cavaram, cavaram, mas não encontraram petróleo. Daó resolveram aproveitar o buraco e fazer o metrô.

OBS do blog: Resolvi publicar essa crônica do José Carlos Oliveira, que já faz algum tempo, mas por incrível que pareça serve perfeitamente para os dias de hoje em que o ensino brasileiro anda muito em baixa.

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One Response to Teleco-Teco, crônica de José Carlos Oiveira

  1. Flavia disse:

    me passa o resumo mais coloca 20 linhas

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