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Coletânea de Causos

Que causos são esses, Barbosa?

Incentivado por amigos resolvi escrever também causos particulares vivenciados ao longo dos anos. Alguns relatos são hilários, e dignos de levar ao programa Que História é Essa, Porchat. Seguem os causos em forma de coletânea.

Editorial

O circo mambembe em que se transformou a vinda de Bolsonaro e sua trupe ao RN

A vinda do presidente Jair Bolsonaro e asseclas como os ministros Rogério Marinho (do Desenvolvimento Regional) e Fábio Faria (das Comunicações) ao Rio Grande do Norte, para inaugurar um trecho da transposição do rio São Francisco que irá trazer águas para o estado, se transformou numa panaceia digno de um circo mambembe.

Primeiro, como vem fazendo o seu “marketing”, tentaram popularizar o presidente com um regabofe num local público – uma praça de alimentação -, em Caicó, onde estavam presentes o prefeito da cidade e, até, imagine caro leitor, o prefeito de Natal, capital do RN, o caicoense Álvaro Dias, que deixou seus afazeres para recepcionar Bolsonaro, negacionista igual a ele. No cardápio, sem veneno, claro (rsrsrs), carne de sol e macaxeira. A conta ninguém sabe quem pagou. Bolsonaro costuma dizer que em suas viagens usa sempre o cartão corporativo da Presidência da República para pagar suas despesas. Até acredito que a parte dele tenha pago com o cartão corporativo. Mas, a parte dos convivas, quem pagou? Cada um pagou a carne de sol com macaxeira que comeu? A conta ninguém sabe ninguém viu.

Em Jucurutu no dia seguinte, onde foi visitar a Barragem de Oiticica, um palanque foi armado para que o presidente e os ministros falassem e fizessem proselitismo político, inclusive, com transmissão da TV Brasil, uma estatal do governo. Aliás, objeto de uma ação do PT, PSB e bancada petista no Senado e bancada socialista na Câmara por campanha antecipada, que é ilegal, e uso de recursos públicos para fins eleitorais.

No palco, sobre as luzes da ribalta, o ministro Fábio Faria, após ouvir a claque do colega de governo Rogério Marinho gritar seu nome para o Senado, se dirigiu a ele e como quem foge da raia insinuou que não disputará mais a senatória, devendo concorrer a reeleição (Fábio Faria é deputado federal licenciado). Os dois estavam numa disputa fratricida para ver quem ganharia a simpatia do patrão para ser senador pelo Rio Grande do Norte nas eleições de outubro. A bem da verdade, Bolsonaro já tinha preterido o nome do genro de Silvio Santos, optando por apoiar Rogério Marinho, coordenador das emendas secretas – o famoso tratoraço – que beneficiou a bancada do centrão na Câmarasegundo a imprensa nacional.

Já em Jardim de Piranhas, onde Bolsonaro iria liberar as comportas para a chegada das águas do São Francisco ao Rio Grande do Norte, a trupe do circo mambembe seguiu em uma cavalociata – uma espécie de passeata de cavalo – e não mais numa jumenciata, como anunciado pelo próprio presidente, do centro da cidade até o local onde as comportas seriam abertas. Aí, veio a decepção. Como não combinaram nada com as águas (rsrsrs), elas não chegaram a tempo ao Rio Grande do Norte e os pau-de-araras presentes à solenidade, tiveram que se contentar com uma mangueira (foto), certamente de um carro-pipa, revivendo a velha seca no sertão.

Por fim, no mesmo dia em que o circo mambembe se apresentou no Rio Grande do Norte, pesquisa Quaest  apontou que a rejeição a Jair Bolsonaro no Nordeste subiu de 56% a 61% apenas de janeiro a fevereiro. Isso em meio a chacotas de Bolsonaro contra os nordestinos a quem chamou de “pau de arara” em sua live semanal e depois, em viagem a Pernambuco, antes de vir ao Rio Grande do Norte, acrescentou outras ofensas como “cabeçudos” e “aratacas”. Detalhe: a Quaest  registrou também que quando se trata apenas do Nordeste, Lula vai a 61% das intenções de voto para à Presidência da República, e Bolsonaro, alcança apenas pífios 13%.

Diante do fadado fracasso de Jair Bolsonaro nas eleições, aconselho o ministro Rogério Marinho, assim como fez o seu colega Fábio Faria, jogar a toalha e desistir de qualquer pleito eleitoral. Até porque o bolsonarismo não encontrou ninguém para chamar de seu candidato a governador no Rio Grande do Norte. Nem mesmo o presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira, que teve o nome lançado num “balão de ensaio” dias atrás, se juntou a trupe do circo mambembe no Seridó. Ninguém quer servir de “boi de piranha” para os projetos pessoais de Rogério Marinho e Fábio Faria. Fato!

Foto: Eduardo Maia

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