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por Carlos Alberto Barbosa

Enquanto a inflação oficial do país aumentou gradativamente entre 2018 e 2022 e famílias sentem mais porque a relação entre salários e preços está mais apertada, e com tanta inflação, de março de 2018 a março de 2022 o real perdeu 27,57% de seu valor e poder de compra, ou seja, no governo Bolsonaro, o deputado bolsonarista, Coronel Azevedo, resolveu inovar nas críticas à governadora Fátima Bezerra, levando pra Assembleia Legislativa um boneco que denominou de “Fatóquio”.

O parlamentar bolsonarista devia se preocupar com a situação do país ao invés de fazer brincadeirinhas de mau gosto e falta de respeito com a governadora do estado. Aliás, não é a primeira vez que o Coronel Azevedo falta com decoro parlamentar. A assessoria do deputado deveria orientar ele a se posicionar sobre a inflação galopante, o desemprego crescente, o aumento nos preços dos combustíveis semana sim outra sim e o fato do seu presidente está jogando fora das quatro linhas da Constituição Federal.

Em meio ao desemprego em alta, inflação subindo, combustíveis tendo preços majorados semanalmente, o deputado Coronel Azevedo deveria enxergar que o seu presidente parece está mais preocupado em salvar sua pele em provocações aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), do que tentar sanar os problemas que preocupam o país.

Dias atrás, a título de exemplo, Bolsonaro fraquejou e disse em público que não será uma Jeanine Añez, ex-presidente interina da Bolívia, presa e investigada por estar envolvida na derrubada de Evo Morales em 2019.

Durante evento chamado de “ato cívico pela liberdade de expressão”, o ocupante do Palácio do Planalto disse que a prisão da ex-presidente da Bolívia, por atos antidemocráticos, se assemelha com o que ocorre no Brasil atualmente.

O deputado bolsonarista Coronel Azevedo, ao invés de tá fazendo chacota com a governadora Fátima Bezerra, deveria explicar aos seus apoiadores o que o presidente Bolsonaro quis dizer com “a prisão da ex-presidente da Bolívia, por atos antidemocráticos, se assemelha com o que ocorre no Brasil atualmente”. Ou com a fala também do presidente Bolsonaro de que recebeu “informes” sobre um possível pedido de prisão do vereador Carlos Bolsonaro, no âmbito do inquérito das fake news.

O deputado Coronel Azevedo deveria também esclarecer aos seus eleitores que integrantes do alto escalão do governo Joe Biden e do Congresso dos Estados Unidos receberam na semana passada um dossiê em que acadêmicos e instituições da sociedade civil no Brasil e nos EUA pediram aos norte-americanos vigilância permanente sobre o pleito de 2022. De acordo com o documento, de 25 páginas, Jair Bolsonaro (PL) “está criando condições para um ambiente eleitoral muito instável e, se perder, o mundo deve lembrar o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio dos EUA e estar preparado para testemunhar uma versão provavelmente mais extrema disso no Brasil”.

Por falar em Capitólio, o deputado Daniel Silveira – aquele mesmo que anda desafiando o STF -, estava num palanque em Niterói no último domingo (1), segurando uma placa de rua com seu nome, ao lado de um sujeito fantasiado como o Viking do Capitólio, símbolo maior da invasão do Congresso estadunidense quando Donald Trump perdeu a eleição.

Há tudo nessa fotografia: o escárnio com o STF; o plano de macaquear o golpismo dos partidários de Donald Trump, atropelando o resultado eleitoral; a pobreza mental dessa gente; e a alusão orgulhosa ao assassinato da vereadora Marielle Franco. 

O deputado bolsonarista Coronel Azevedo deve explicações aos seus admiradores e eleitores sobre os assuntos citados acima, ao invés de tripudiar da governadora Fátima Bezerra, do PT, líder em todas as pesquisas de intenção de voto para a sua reeleição.

Foto reproduzida do Blog Ceará-Mirim Livre