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por Stella Galvão
Quando se ouve falar de celebração dos 15 anos, muitos associam às festas que endividavam e endividam famílias para bancar o custo de aniversário das filhas. A ideia surgiu, como leio em texto do ‘Buffet Tulipas’, no longínquo século XVI, quando nobres encastelados no Velho Continente chamavam outros de igual estirpe para festejos com a finalidade de apresentar suas filhas aos futuros pretendentes. O pretexto da festança é, como tem sido desde aqueles primórdios, celebrar o ingresso da menina no mundo adulto, representando boda iminente ou não.
E o blogdobarbosa, que faz 15 anos neste sábado, 13 de agosto/22? Atrairá pretendentes? Aqui seria o caso de perguntar: Se for à leitura de informação apurada e de fonte conhecida, bem-vindos sejam. Mas, se os visitantes ou convivas clicarem neste endereço virtual buscando informação falsa e leviana, encontrarão rapidamente a porta de saída do salão. Se a visita quiser aproveitar a longevidade e credibilidade do blog para expor seu próprio espumante, será igualmente convidada a retirar-se. O blog não se esquiva, porém, de expor a própria opinião, assinalando a diferença entre o registro dos fatos (o factual) e o registro opinativo.
Mas por que Barbosa chega ao seu début virtual sem processos judiciais e sem anunciantes? Escolhas, responde o próprio, e respeito ao leitor. Se a notícia implica responsabilização de um determinado ator do jogo político, entra em cena a máxima jornalística de ouvir o “outro lado” do tema noticiado. Se o blog expõe banners de empresas, também como é sabido no âmbito jornalístico, isso significa evitar determinados temas contrários aos interesses dos anunciantes. Em geral, os meios de comunicação tradicionais ou produzidos pelas mídias digitais – com imenso teor publicitário –, diluem a autocensura no amplo volume noticiado.
Sobre a relevância do papel do jornalista comprometido com a informação bem apurada e a mais próxima possível aos fatos, disse o professor e escritor Clóvis de Barros Filho, em entrevista ao jornal O Povo imediatamente após as [fatídicas] eleições presidenciais de 2018: “No momento em que as técnicas permitem que todos relatem a realidade, o papel do jornalista é um papel garantidor de uma certa responsabilidade ética na conversão da realidade em discurso. Ele jogará luz sobre aquilo que é insubstituível.”
No baile do Barbosa não haverá troca de roupa à meia noite. Os leitores fieis seguirão acompanhando um noticiário despido de interesses sub-reptícios e as opiniões – em editoriais e comentários veiculados ao final de cada dia – de quem não necessariamente participa do baile, mas o comenta aberta e despudoradamente.
Foto: Ilustração
*Stella Galvão é jornalista, cronista e colaboradora do blogdobarbosa
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