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por Carlos Alberto Barbosa

O núcleo duro do bolsonarismo e suas células precisam entender de uma vez por todas que a eleição de Lula no último domingo (30), se elegendo pela terceira vez presidente do Brasil, foi uma vitória, sobretudo, da democracia, e que não há mais espaço para qualquer tipo de questionamento quanto a lisura do pleito. O mundo já reconheceu oficialmente a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.

Manifestações pontuais como o bloqueio de rodovias federais por caminhoneiros teleguiados pelas células bolsonaristas e a resistência do presidente Jair Bolsonaro em reconhecer a vitória de Lula nas urnas só faz estimular as arruaças em algumas localidades do país, chegando-se ao cúmulo de fanáticos bolsonaristas pedirem a intervenção militar citando, inclusive, o Art. 142 da Constituição Federal pedindo para fecharem o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal). Ignorantes que desconhecem a nossa Constituição. É falsa a informação de que a Constituição autorize a intervenção dos militares para fechar o parlamento ou a Suprema Corte. 

O Artigo 142 diz que “as Forças Armadas (…) destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”. A menção direta à “garantia dos poderes constitucionais” leva a interpretações equivocadas da norma.

Fato é que o núcleo duro do bolsonarismo e suas células querem tumultuar o processo de transição e a posse do presidente democraticamente eleito pela maioria dos brasileiros, Luiz Inácio Lula da Silva, com mais de 60 milhões de votos digitados e computados nas urnas eletrônicas.

Quando falo o núcleo duro do bolsonarismo e suas células estou falando daqueles (as) que foram instrumentalizados pelo discurso fascista e não daqueles (as) que votaram em Jair Bolsonaro ou por uma postura ideológica ou simplesmente por não gostar do PT.

É onde concordo com o escritor, apresentador do GNT e autor do recém-lançado “O Diálogo Possível”, Francisco Bosco, quando enumera as causas e os efeitos da degradação do debate público no país e afirma que para a retomada do diálogo no Brasil é preciso “desativar as lógicas de grupo”.

E completo:

É exatamente nas lógicas de grupo concentradas principalmente nas redes sociais que o núcleo duro do bolsonarismo e suas células atuam.

Foto: Portal GZH