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por Paulo Moreira Leite, no Brasil 247
É preciso recordar a história recente do país para se avaliar a importância gigantesca da decisão do TFR-1, ontem, ao admitir um erro de fundo em nossa história política recente — o impeachment de Dilma.
Lembrando os fatos básicos. Fruto de uma mobilização que reuniu a extrema-direita brasileira ao conservadorismo perfumado dos isentões, com apoio de setores médios fisgados por um falso moralismo cultivado nos 40 anos que se seguiram ao suicídio provocado de Getúlio, o golpe de 2016 contra Dilma constitui uma linha divisória na política brasileira recente.
Representou a primeira derrota de peso do núcleo central das forças políticas que derrotaram a ditadura militar de 1964. Envolveu não apenas um resultado jurídico adverso, mas uma ofensiva reacionária de grande envergadura.
Em dezoito meses o STF não só mandou Lula para a prisão, por 6 votos a 5, numa medida que contrariava explicitamente o parágrafo LVII da Constituição Federal, que diz que “ninguém será culpado antes do transito em julgado em sentença penal condenatória”.
Com o caminho aberto pelo Judiciário, capturado pelos adversários do Direito, o vice Michel Temer arregaçou as mangas para esterilizar o saldo dos governos Lula e Dilma, abrindo caminho para Jair Bolsonaro tornar-se o primeiro candidato de traços fascistas a vencer uma eleição presidencial na história republicana.
Mesmo em 2022, quando Lula já havia deixado a prisão e enfrentava Bolsonaro nas urnas, acabou obrigado a atravessar um terreno envenenado por diversas armadilhas tramadas pelo adversário, que até o último minuto tentava fraudar a supremacia do voto popular — e até hoje não prestou contas por seus atos.
É nessa conjuntura de vitória e dor, tragédia e consciência, que o TRF-1 reconhece o erro contra Dilma, crime que sempre terá dimensões históricas. Mesmo que tardia, trata-se de uma oportuna lição para aqueles que tem disposição de aprender com erros e dores de um passado onde inimigos frontais eram tratados a pão-de-ló e café-com-leite.
Alguma dúvida?
*Paulo Moreira Leite é colunista e comentarista na TV 247
Foto reproduzida da Internet
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