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Está no Brasil 247
A futura chanceler argentina, Diana Mondino, desembarcou neste domingo em Brasília para se encontrar com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira. A economista foi escolhida pelo presidente eleito do país, Javier Milei, para comandar o Ministério das Relações Exteriores a partir de sua posse, em 10 de dezembro.
A primeira viagem internacional de Mondino foi preparada em segredo nos últimos dias, com o objetivo principal de aparar arestas entre o governo Lula e o governo eleito da Argentina, e evitar um retrocesso na relação bilateral a partir da mudança de governo no país vizinho, informa Janaína Figueiredo, no jornal O Globo.
Dois dos principais articuladores da viagem foram o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Julio Bitelli, e da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, que estiveram presentes no encontro. Poucas pessoas souberam com antecipação que Mondino iria a Brasília, em meio a esforços diplomáticos e de colaboradores de Milei para que, além de conseguir uma primeira aproximação entre os dois governos, Lula possa reavaliar sua intenção de não presenciar a posse do presidente eleito da Argentina.
O governo brasileiro cogita não enviar nem o chanceler Mauro Vieira à posse, dependendo do tratamento que for dado a Bolsonaro, que Milei convidou para a posse.
A visita ocorre um dia antes da realização, em Brasília, de um fórum empresarial que contará com as principais câmaras industriais dos dois países, entre elas a Confederação Nacional da Industria (CNI) e a União Industrial Argentina (UIA). Existe temor entre empresários brasileiros e argentinos pelo futuro da relação, e a presença de Mondino em Brasília é um gesto que busca, nesse sentido, transmitir uma mensagem de tranquilidade.
No início da semana passada, quando questionada se o país promoveria as exportações e importações com ambos os países, Diana Mondino afirmou: “Vamos parar de interagir com os governos do Brasil e da China”.
O Brasil e a China são os dois principais parceiros comerciais da Argentina. No entanto, durante a campanha eleitoral, o presidente eleito Javier Milei expressou críticas e lançou ataques aos dois países.
Na época, Milei disse que Lula era “comunista”, “ladrão” e “corrupto”, e não o encontraria se fosse eleito. O argentino convidou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para participar da cerimônia de posse, no dia 10 de dezembro.
O presidente eleito da Argentina também já afirmou que o Partido Comunista Chinês (PCC) é um “assassino” e que o povo da China “não era livre”.
Ainda não está claro se o presidente brasileiro — e seus assessores internacionais — mudará de opinião, mas a principal preocupação dos que promoveram a viagem de Mondino, e da própria futura chanceler, é que o vínculo bilateral seja preservado.
Semana passada, Milei declarou que, se Lula for à posse,”será bem recebido”. O problema, na visão de alguns assessores do presidente brasileiro, é a presença, já confirmada, do ex-presidente Jair Bolsonaro — que viajará com uma delegação expressiva e pretende passar alguns dias na capital argentina.
As primeiras conversas entre Scioli e a equipe de colaboradores de Milei ocorreram através de Guillermo Francos, futuro ministro do Interior do governo eleito. Os dois se conhecem há muitos anos e têm uma excelente relação. Francos transmitiu ao embaixador o desejo de Milei de ter uma boa relação com o governo Lula e conectou o embaixador com a futura chanceler. Na primeira conversa entre Mondino e Scioli surgiu a ideia de uma viagem da futura ministra a Brasília.
Foto: Divulgação/Embaixada da Argentina no Brasil
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