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A tragédia anunciada do Rio Grande do Sul nos serve para uma reflexão. O nosso voto vale vidas e a sobrevivência da democracia. A título apenas de relembrar aos gaúchos, por exemplo, Jair Messias Bolsonaro (PL), no segundo turno das eleições presidenciais teve votação maciça no sul do país. Senão vejamos:

Mato Castelhano – 2° turno – 76,17 % de votos para o Bolsonaro; Santa Tereza – 2° turno – 72,99% de votos para o Bolsonaro; Estrela – 2° turno – 72,19% de votos para o Bolsonaro; Muçum – 2° turno – 72,06% de votos para o Bolsonaro; Ibiraiaras – 2° turno – 71,90% de votos para o Bolsonaro; Encantado – 2° turno – 69,35% de votos para o Bolsonaro; Arroio do Meio – 2° turno – 67,93% de votos para o Bolsonaro; Imigrante – 2° turno – 66,51% de votos para o Bolsonaro; Lajeado – 2° turno – 66,28% de votos para o Bolsonaro; Roca Sales – 2° turno – 65,91% dos votos para o Bolsonaro. Cruzeiro do Sul – 2° turno – 64,74% dos votos para o Bolsonaro; Passo Fundo – 2° turno – 56,72% dos votos para Bolsonaro.

Dito isto, é bom lembrar também que com Bolsonaro na Presidência a política ambiental chegou ao fundo do poço. Em janeiro de 2019, o recém-empossado governo de Jair Bolsonaro (PL) começava a colocar em prática a política de anistia a criminosos ambientais que resultaria em recordes de desmatamento da Amazônia e do Cerrado brasileiros.  Ressalte-se ainda que Bolsonaro cortou 99% da verba destinada a enfrentamento de desastres naturais.

No caso específico do Rio Grande do Sul, que sofre a maior tragédia ambiental já ocorrida no país, os programas de governo de Eduardo Leite (PSDB), governador do Estado, e Sebastião Melo (MDB), prefeito de Porto Alegre, ignoraram por completo chuvas e prevenção de desastres como vem ocorrendo.

As inundações que atingem o Rio Grande do Sul nos últimos dias por causa dos temporais poderiam ter sido evitadas se o governo do Estado não tivesse ignorado um relatório feito pela Assembleia Legislativa, afirma o deputado estadual Adão Pretto Filho (PT-RS). Ele foi coordenador da Comissão de Representação Externa, que elaborou o documento.

“Apontamos nesse relatório várias iniciativas que o governo do Estado deveria tomar. Uma delas é que tivesse maior investimento nas áreas de prevenção, na área da defesa civil; que tivesse uma legislação mais rígida com a questão da preservação ambiental.” A maioria das medidas não foi adotada pelo governador Eduardo Leite, segundo Pretto Filho.

Aliás, tanto Eduardo Leite quanto Sebastião Melo foram de uma indelicadeza descomunal ao não agradecerem ao presidente Lula pela ajuda que o seu governo vem dando aos gaúchos. O governador preferiu agradecer nas redes sociais a Elon Musk. O bilionário anunciou que a Starlink, projeto de conexão satelitar de sua empresa SpaceX, doará mil terminais de internet banda larga para as equipes que atuam na tragédia climática do Rio Grande do Sul. Enquanto o governo Lula anunciou um pacote de ajuda ao Estado com impacto potencial de R$ 50,95 bilhões na economia gaúcha. As medidas buscam socorrer o Estado após as enchentes. Desse total, R$ 7,7 bilhões terão impacto nas contas do governo federal. Já o prefeito da capital gaúcha, em entrevista a William Bonner no Jornal Nacional, ao falar sobre a ajuda aos desabrigados só agradeceu ao voluntariado, “esqueceu” de mencionar a ajuda imensurável que o governo federal vem dando a capital gaúcha e ao Estado.

Com tudo isso, ainda tem-se que conviver com as mentiras plantadas em redes sociais por gente inescrupulosa ligadas principalmente a extrema-direita, numa tentativa clara de desqualificar a ajuda humanitária que o governo federal vem prestando de maneira insofismável ao povo gaúcho, ao governo do Estado e prefeituras. Isso só faz prejudicar o povo.

Aí é onde entra a questão de que o nosso voto vale vidas e a sobrevivência da nossa frágil democracia.

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Foto reproduzida da Internet