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O ex-sargento da Polícia Militar Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, deve depor pela primeira vez desde a homologação de sua delação premiada nesta terça-feira (27), no Supremo Tribunal Federal (STF), informa o Globo. Na sequência, será ouvido Élcio de Queiroz, cúmplice de Lessa no crime.

A expectativa em torno do depoimento de Ronnie Lessa é grande. Ele falará diante da Procuradoria-Geral da República, dos assistentes de acusação das vítimas e das defesas dos réus: os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, o ex-chefe de Polícia Civil, Rivaldo Barbosa; Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe; e o major Ronald Paulo Alves Pereira.  Os três primeiros são apontados como os mandantes do crime.

Queiroz e Lessa fizeram acordos de delação premiada com a Polícia Federal e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). O caso passou a ser julgado pelo STF após o ex-sargento citar o nome do deputado federal Chiquinho Brazão, que tem foro privilegiado. Nos últimos 10 dias, ocorreram as sessões da audiência de instrução e julgamento, que permitiram o esclarecimento de muitos pontos em contato direto com as testemunhas.

Nas últimas duas semanas, foram ouvidas nove testemunhas de defesa: a sobrevivente Fernanda Chaves; o assessor de Marielle Franco, Arlei Assucena; o delegado da Polícia Federal Guilhermo Catramby; os agentes federais Marcelo Pasqualetti e Felipe José Alves; o delegado Brenno Carnevale; o ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica; Otacílio Antônio Dias Júnior, conhecido como Hulkinho; e Rosimére Santiago, viúva de um homem que comercializava passarinhos e conhecia Chiquinho, Lessa e Edmilson Oliveira da Silva. 

O advogado de Rivaldo Barbosa, Marcelo Ferreira, disse ao Globo que a expectativa é de que Lessa mantenha a versão apresentada na delação. “Nossa expectativa é que ele mantenha a narrativa mentirosa, talvez agora com algum acréscimo decorrente das informações às quais teve acesso ao longo da instrução. Ele é psicopata e inteligente, ao ponto de ter conduzido os investigadores da PF, assim como o boiadeiro conduz a boiada. E fará tudo para manter a validade da sua delação premiada, pois, do contrário, terá de cumprir muito mais do que os míseros 12 anos de reclusão que lhe restam”, afirmou.

Marcio Palma, defensor de Chiquinho Brazão, adota postura semelhante. “A Defesa não tem qualquer expectativa quanto ao depoimento do sicário que matou Marielle e Anderson, assassino que, sem provas e credibilidade, após disparar friamente contra a vereadora, busca benefícios enquanto protege aqueles que sempre financiaram suas empreitadas criminosas”, disse.

Foto reproduzida da Internet