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Coletânea de Causos

Que causos são esses, Barbosa?

Incentivado por amigos resolvi escrever também causos particulares vivenciados ao longo dos anos. Alguns relatos são hilários, e dignos de levar ao programa Que História é Essa, Porchat. Seguem os causos em forma de coletânea.

Política

Editorial do Brasil 247: A COP30 e o caminho brasileiro entre conservação e desenvolvimento

Em um cenário global frequentemente marcado por disputas, a realização da COP30 no Brasil posiciona o país não apenas como anfitrião, mas como um protagonista que oferece ao mundo uma lição de pragmatismo. A abordagem brasileira evita extremos e demonstra que a transição para uma economia verde é um processo complexo que exige soluções igualmente complexas, desafiando a simplificação dogmática do debate.

Um exemplo claro dessa postura foi a defesa do presidente Lula pela exploração de petróleo na Margem Equatorial. Longe de ser uma contradição, a posição foi apresentada como um realismo econômico estratégico: os recursos gerados por essa atividade devem ser direcionados para financiar justamente a transição energética e o fim da era dos combustíveis fósseis. Esta proposta expressa um duplo compromisso: com o financiamento da nova economia verde e com o desenvolvimento econômico do país, em particular da região amazônica, visando gerar recursos que possam impulsionar o progresso social e infraestrutural de forma sustentável. É o reconhecimento de que, por vezes, é necessário utilizar instrumentos do presente para construir o futuro, sem abdicar do objetivo final.

Paralelamente a essa visão econômica, o Brasil avança com propostas criativas de conservação. A proposta do Fundo Florestas para Sempre surge como um mecanismo inovador, buscando garantir financiamento permanente e em escala para a manutenção dos biomas. A ideia transcende a lógica de projetos pontuais, propondo uma estrutura de remuneração contínua pelos serviços ambientais prestados pelas florestas, o que representaria um avanço significativo na arquitetura financeira global para o clima. Ela já obteve animadores aportes iniciais de US$ 10 bilhões.

A própria realização da COP30 no Brasil serve como uma afirmação robusta do combate ao negacionismo climático. Em um contexto geopolítico conturbado, marcado pela retirada dos Estados Unidos de Donald Trump do Acordo de Paris — ato que culmina na ausência estadunidense nesta conferência —, o país se coloca na vanguarda do multilateralismo ambiental. 

Ao harmonizar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental de forma não dogmática, o Brasil envia uma mensagem poderosa. O país demonstra que a liderança climática não reside na negação da ciência, mas na coragem de encarar as nuances e construir pontes entre o hoje e o amanhã. Nesse equilíbrio delicado e necessário, o exemplo brasileiro se torna uma contribuição vital para um debate mais produtivo e, em última instância, mais eficaz para o planeta. Fundamentalmente, porém, é obrigatório que esta seja, afinal, a COP das implementações. 

A reunião ocorre no momento em que o mundo não conseguiu cumprir sua principal meta de mudança climática estabelecida em Paris, em 2015, que é limitar o aumento das temperaturas globais a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. Provavelmente, ultrapassará esse limiar na próxima década, como alertou na terça-feira passada o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o que pode submeter até 70% da população global a ondas de calor e outros eventos climáticos extremos. 

Como não poderia deixar de ser, a participação dos movimentos sociais é outra vertente fundamental que ocorre em paralelo a esta COP. É fundamental que o evento se abra para as exigências das comunidades excluídas. Elas expressam o grito dos “Condenados da Terra”, como aludiu o presidente Lula em uma das sessões temáticas em Belém, muitos dos quais vivem em meio às urgências de uma catástrofe que já não é apenas anunciada, e sim muito presente.

Foto reproduzida da Internet

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