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Coletânea de Causos
Incentivado por amigos resolvi escrever também causos particulares vivenciados ao longo dos anos. Alguns relatos são hilários, e dignos de levar ao programa Que História é Essa, Porchat. Seguem os causos em forma de coletânea.
Relembro hoje aos web-leitores deste blog uma matéria que fiz como sub-editor de Cidades do jornal Diário de Natal. A matéria tem sua importância pelo lado humano que ela representou na época. Foi com o ex-deputado Júnior Souto (PT), com quem fiz uma grande amizade quando cobria a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte como repórter de Política. Segue o fato:
De deputado a sorveteiro
Esse foi o título que escolhi para dar a essa matéria. Júnior Souto já não era mais deputado e eu já não era mais repórter de Política do DN. No meu caso fui levado a condição de sub-editor de Cidades do jornal, como disse anteriormente. No caso de Júnior Souto ele fez o inverso de qualquer político. Deixou de ser deputado – não porque quisesse, mas porque não foi reeleito – e para ajudar na renda familiar foi vender sorvete. Isso mesmo: Souto virou vendedor da Sorveteria do Chapinha entregando sorvetes em domicílios numa moto.
Como surgiu a matéria:
Fazia alguns anos que não me encontrava com Júnior Souto. Um dia caminhando pelas imediações da Assembléia Legislativa, extamente na Parada Metropolitana próximo a Sorveteria do Chapinha no centro de Natal, me encontrei com Júnior Souto. Começamos a conversar e perguntei a ele o que estava fazendo na vida. Surpreso recebi a resposta de que estava vendendo sorvete. Disse ainda que estava decepcionado com o PT na época e com a política. Indaguei dele se topava dar uma entrevista sobre o que me dizia. De pronto ele aceitou.
Combinamos tirar também umas fotos dele sentado na moto que tinha a logomarca da sorveteria para ilustrar a matéria. Dia e hora agendados lá estava ele na frente do Diário para tirar as fotos e depois ser entrevistado. Fiz uma grande matéria com Júnior Souto de perguntas e respostas – um ping-pong no jargão jornalístico. A entrevista, que considero uma das melhores que já fiz foi publicada no domingo e teve uma grande repercussão.
O lado humano foi muito valorizado nessa entrevista. Eu que já o admirava como deputado passei a admirá-lo muito mais depois das declarações dele ao entrevistá-lo. Até hoje guardo no meu báu de memórias essa entrevista. Ninguém jamais imaginou que uma pessoa que um dia tinha sido deputado virasse depois vendedor de sorvetes. Não que um vendedor de sorvetes não mereça o nosso respeito. Mas normalmente a coisa se daria inversamente. Daí a importância dessa matéria, a valorização do lado humano do entrevistado. O valor que dei a matéria estava exatamente aí, pelo fato dele [Souto] não ter vergonha de vir a público e dizer que um dia tinha sido deputado, mas que naquele momento por uma questão de sobrevivência passara a vender sorvete, sem perder a dignidade. Acho que Júnior Souto deve lembrar dessa entrevista.
Obs do Blog: Confira essa e outras memórias deste repórter indo em BUSCA na coluna à direita do blog e colocando uma palavra-chave.
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