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Coletânea de Causos
Incentivado por amigos resolvi escrever também causos particulares vivenciados ao longo dos anos. Alguns relatos são hilários, e dignos de levar ao programa Que História é Essa, Porchat. Seguem os causos em forma de coletânea.
Dentre as memórias como jornalista tenho como uma de minhas grandes recordações uma reportagem que fiz quando era editor de Economia do jornal Diário de Natal e editava uma página sobre a agropecuária do Rio Grande do Norte. Como existe uma feira agropecuária tradicional no estado – a Festa do Boi – realizada sempre em outubro, decidi fazer um caderno especial sobre o evento mostrando as potencialidades da pecuária potiguar. Vamos ao fato:
O dia em que Moacyr Duarte abriu as portas do seu haras para uma reportagem
Nessa época fiz uma amizade muito grande com o então presidente da Faern [Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte] Moacyr Duarte, já falecido. Um homem fino, discreto e arredio a badalações. Dificilmente concedia entrevistas. Embora agropecuarista foi suplente do saudoso senador Dinarte Mariz, tendo assumido o cargo com a passagem do titular. Foi também deputado estadual. Mas sua vida política foi anterior ao conhecê-lo.
Moacyr Duarte era uma fonte de informações. Semanalmente ligava pra ele para saber das novidades no setor agropecuário. Com o propósito de fazer o caderno especial sobre a Festa do Boi, e sabedor que possuía um haras, propus a ele fazer uma matéria sobre a sua criação de cavalos árabes. Sabia da sua fama de não querer dar entrevistas. Mas arrisquei. Resultado: Moacyr Duarte aceitou.
Pra minha surpresa foi logo dizendo: “Barbosa, vou abrir meu haras porque é pra você. Uma vez uma emissora de televisão tentou fazer uma matéria sobre o haras e não aceitei. Mas como é pra você eu abro uma exceção”. Aquilo me deixou lisongeado, ainda mais partindo de uma pessoa respeitada como era Moacyr Duarte.
Agendamos a reportagem para um sábado de amanhã. O haras de Moacyr Duarte ficava entre os municípios de Macaíba e São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal. Não sei se a família manteve após sua morte. Por volta das 9h chegamos ao haras, eu e o repórter fotográfico Carlos Silva. Eu nunca tinha entrado num haras. Fiquei encantado com o que vi. Os cavalos, todos eles, pareciam aqueles que a gente vê no cinema. Quando chegamos estavam nas baias. Pedi a Mocyr Duarte para tirar fotos de alguns deles. Ele prontamente chamou o cocheiro e mandou que preparasse o mais bonito deles. Carlos Silva começou então a clicar sua máquina e o resultado foram fotos belíssimas.
Após a visita as baias Moacyr Duarte foi nos mostrar o resto do haras. Grande e muito bem cuidado. Carlos Silva novamente aproveitou para tirar fotos. Em seguida nos levou ao casarão para fazermos um lanche e voltou a dizer que aquela era uma oportunidade rara no jornalismo do Rio Grande do Norte. Ninguém nunca havia feito uma reportagem sobre o seu haras porque a ele não interessava. Dias depois com a publicação da matéria Moacyr Duarte me ligou parabenizando.
Obs do Blog: Esta e outras memórias do baú de um repórter o web-leitor pode encontrar indo em BUSCA na coluna à direita do Blog e colocando uma palavra-chave.
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