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Baú de um Repórter

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Coletânea de Causos

Que causos são esses, Barbosa?

Incentivado por amigos resolvi escrever também causos particulares vivenciados ao longo dos anos. Alguns relatos são hilários, e dignos de levar ao programa Que História é Essa, Porchat. Seguem os causos em forma de coletânea.

Editorial, O Baú de um Repórter, Política

O baú de um repórter

Nesses anos todos de jornalismo passei por várias experiências principalmente em jornais impressos. Atuei muito tempo na redação do Diário de Natal como repórter, sub-editor de Brasil, e editor de Política e Economia. No tempo em que estava no DN recebi um convite para ir trabalhar na Tribuna do Norte, mas acabei recusando. Vamos ao fato:

O dia em que recusei uma proposta para ser editor de Política da Tribuna do Norte

Corria o ano de 1990, salvo engano. Era um ano de eleições para governador. Os Alves – família Alves – apoiavam a candidatura de Lavoisier Maia que havia rompindo com o primo José Agripino Maia ao governo do Rio Grande do Norte. Nessa mesma eleição existiam outros dois candidatos:  Salomão Gurgel, do PT, e outro que não me vem a lembrança.

A campanha estava acirrada. Agripino que já havia sido eleito governador em 1982 contra exatamente o ex-ministro Aluizio Alves não aceitava o rompimento e a candidatura do primo e ainda por cima saindo ele [Lavô] com o apoio de seus maiores adversários na época – Aluizio, Garibaldi e Henrique Eduardo Alves.

Era repórter de Política do Diário. Um dia me encontrei com o colega e amigo Edilson Braga que era editor-geral da Tribuna do Norte. Começamos a conversar e Braga me fez um convite para ser editor de Política do jornal. Disse a ele que aceitava mas primeiro precisava discutir as bases do contrato com a direção da TN. Edilson Braga combinou comigo de agendar uma reunião.

No dia seguinte à conversa, Braga me ligou e disse que José Gobat – já falecido – queria conversar comigo. Marcamos a conversa para uma sexta-feira à tarde. Cheguei na Tribuna e fui direto para a redação me encontrar com Braga que solicitou à telefonista para informar a José Gobat que eu já havia chegado. Enquanto esperávamos ser chamado batemos um papo e tomamos um cafezinho.

José Gobat chamou a gente à sala dele. Quando chegamos lá estavam além de Gobat, Ricardo Alves e José Roberto. Os três faziam parte da direção do jornal. Começamos a conversar e Braga explicou que eu era repórter do DN, elogiou o meu trabalho e deixou os três à vontade para fazer a proposta de trabalho. José Gobat disse logo o valor do salário. Um pouco mais do que eu recebia como repórter do Diário de Natal. Como se tratava de um ano de eleição e percebia que a Tribuna só falava praticamente de dois candidatos – Lavosier, que eles apoiavam, e José Agripino para bater nele – indaguei se era possível também a gente levar ao conhecimento do leitor-eleitor que existiam naquela campanha outros dois candidatos e que era necessário também se falar neles.

José Gobat com a sua sinceridade disse logo: Mas o jornal já dá a agenda desses outros candidatos. No entendimento dele e da direção do jornal os outros candidatos não tinham importância. Eram meros figurantes na campanha eleitoral. Do que eu discordava. Acabou a conversa e fiquei de dar uma resposta na segunda-feira.

No final de semana aproveitei para analisar se valeria a pena ser editor de Política da Tribuna. Pensei direito e cheguei a conclusão que naquele momento não valia. Iria ser editor de Política sob censura. O que iria ganhar era um pouco mais do que ganhava como repórter do Diário. Com um detalhe: Sem a responsabilidade de ser editor de Política de um jornal comprometido com uma candidatura.

Na segunda-feira liguei para Edilson Braga, expliquei a ele a minha situação e agredeci o convite. Braga entendeu a minha posição. Anos depois trabalhamos juntos na primeira fase do JH Primeira Edição. Uma experiência válida não só pra mim como para o próprio Braga, que costumava dizer que o JH tinha iniciado uma nova fase no jornalismo potiguar. Infelizmente o nosso trabalho não teve continuidade.

Um detalhe que não posso deixar de falar. Embora José Gobat não levasse em consideração as outras candidaturas, Salomão Gurgel foi quem acabou provocando o sengudo turno da eleição. Me lembro muito bem que a manchete do Diário de Natal após a realização do pleito e a contagem dos votos no primeiro turno no dia seguinte foi: “PT leva lavô ao segundo turno“. O que de certa forma retratou a importãncia da candidatura petista naquela eleição, quando Salomão Gurgel obteve 107 mil votos.

Obs do Blog: O leitor-internauta que deseja conhecer outras memórias do “baú de um repórter” é só ir em BUSCA na coluna à direita do blog e digitar uma palavra-chave.

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