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Algumas de minhas memórias de redação chegam a ser hilárias. Uma delas aconteceu numa viagem à Recife para fazer a cobertura de uma reunião da Sudene pelo jornal Diário de Natal, na qual o ex-governador do Rio Grande do Norte, Geraldo Melo, iria participar. Fomos eu, o repórter fotográfico Eduardo Maia, e o motorista do jornal. Vamos ao fato:
O dia em que tive que dar uma carteirada no guarda
Era uma sexta-feira, salvo engano. A reunião da Sudene começava às 9h, em Recife (PE). Saímos de Natal (RN) por volta de umas 6h. A média de uma viagem de carro de Natal a Recife é de três horas. O automóvel que nós fomos era de locadora, um Monza com cheiro de novo ainda e placa de Curitiba (PR).
Chegamos em Recife ainda deu tempo de tomar um café antes de seguirmos para a sede da Sudene. A reunião com todos os governadores do Nordeste acabou por volta das 14h. Antes de retornarmos a Natal fomos almoçar numa churrascaria na praia de Boa Viagem. Acabado o almoço, isso já era por volta das 16h, reabastecemos o carro e seguimos viagem.
Na Paraíba existe barreiras policiais montadas na BR-101, próximo a saída de João Pessoa, nos dois sentidos. Tanto no sentido de quem vai para Recife, quanto no sentido de quem vem para Natal. A operação denominada de Marruá, é realizada em conjunto entre as polícias Rodoviária, Federal e Civil daquele estado.
Pois muito bem: De Natal pra Recife não fomos parados. No entanto, na volta, isso já era pouco mais de 17h, um dos guardas que estava participando da operação resolveu nos parar. Era um policial civil. Essa operação já é conhecida por criar problemas para os motoristas no sentido de pegar alguns trocados. Em outras palavras: subornar.
O motorista do Diário chamava-se Fernando. Um negaão de 1,80 metro. Devido ao sol forte ainda na estrada estávamos todos de óculos escuros. Eu, Eduardo Maia e o negão Fernando. O guarda viu o Monza novinho, com placas de Curitiba e três “suspeitos” dentro. Resolveu parar, claro!
Fernando baixa o vidro – o carro tinha ar – e o guarda pede os documentos. O policial então começa a olhar os documentos, vistoria o carro, retorna e começa a olhar pra dentro. Eduardo Maia estava atrás com a bolsa contendo os equipamentos fotográficos. Ele – o guarda – pede então as nossas identidades. Percebendo que aquele policial iria criar caso tratei logo de puxar a minha carteira de jornalista – da Fenarj – Federação Nacional de Jornalistas. Qual surpresa nossa o policial assim que viu o nome jornalista me devolveu a carteira e liberou a gente desejando uma boa viagem.
Quando saímos da barreira começamos a rir. É que como já disse, essa operação costuma pegar dinheiro dos motoristas. Eles sempre arrumam uma coisa para complicar. Mas, como eu dei a carteirada de jornalista e eles temem qualquer denúncia na imprensa a respeito de suborno, logo fomos liberados.
Obs do Blog: O web-leitor que quiser conhecer outras memórias deste repóter é só ir em BUSCA na coluna à direita do Blog e colocar uma palavra-chave tipo baú.
Grande Barba, buscase longe em, beleza