Editorial

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Henrique vai fazer as vezes de Sarney?

Sem mandato, mas com grande influência no PMDB, amigo da cota pessoal do vice-presidente da República Michel Temer (PMDB-SP), da mesma forma do atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – este implicado no esquema de corrupção na Petrobras – e, sobretudo um grande articulador político, o ex-deputado Henrique Eduardo Alves (RN), que se livrou da Lava Jato, pode fazer as vezes do ex-presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que na época que estourou o escândalo do mensalão, no primeiro governo Lula, abortou uma CPI no Congresso Nacional para investigar o esquema.

Henrique, mesmo a contragosto da presidenta Dilma (PT), poderá ser indicado ministro do Turismo e até fazer parte do comando político do Planalto como desejam alguns petistas, segundo o jornalista Ilimar Franco, de O Globo. Não duvido que isso possa ocorrer. A “brasa” começa a esquentar cada vez mais para a presidenta Dilma no Congresso Nacional, ainda mais depois da confirmação do STF (Supremo Tribunal Federal) de que tanto o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, quanto o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), encabeçam a lista dos denunciados na Lava Jato encaminhadas ao Supremo pela Procuradoria Geral da República.

Com 44 anos de vida pública, Henrique Eduardo Alves, sabe tudo sobre o Parlamento. Isso facilitaria para o governo Dilma a tentativa de abortar que a CPI da Petrobras, instalada na Câmara esta semana, possa ir longe demais. Hoje o governo não conta mais com o experiente Sarney, mas Henrique certamente pode substituí-lo e acalmar os ânimos, já bastante acirrados, de congressistas que desejam ver o impeachment da presidenta Dilma, embora, repito, não se tenha ainda nada palpável para que isso venha a ocorrer. Mas não custa lembrar que o ex-presidente Fernando Collor foi levado a julgamento pelo Parlamento, simplesmente porque ganhou de presente um Fiat Elba de PC Faria, seu tesoureiro de campanha, comprado com dinheiro lavado.

Fato é que Henrique Alves está cotado para assumir às vezes de Sarney, ou seja, serenar os ânimos junto aos congressistas principalmente o do seu amigo Eduardo Cunha, que hoje disse à Folha que “o governo quer um sócio na lama”, numa referência ao fato de que o procurador geral da República, Rodrigo Janot, só teria colocado o seu nome na lista a ser investigada pelo STF para “justificar” a presença do ex-governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, também na lista. Anastasia é o braço direito do senador Aécio Neves (PSDB-MG), líder da oposição e adversário de Dilma nas eleições presidenciais passadas. Cunha aparece citado nas delações premiadas em mesmo depoimento contra Anastasia.

Será que Henrique vai fazer mesmo as vezes de Sarney?

A conferir!

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