Artigo

A propósito sobre a polêmica `obra da trincheira´, em Natal, segue a sugestão de um taxista

por Carlos Alberto Barbosa

Escrevi aqui no Blog, ainda em 2009, um artigo sobre o caótico trânsito em Natal, que naquela época já enfrentava problemas. Citei, na época, a sugestão de um motorista de táxi que com sua experiência e convivência diária no trânsito me passou uma sugestão, embora simplória, mas que certamente resolveria o problema a custo mínimo, eu diria, a quase zero, para os cofres públicos. Segue o texto:

-Há muito se fala e há muito se pensa o trânsito na capital potiguar que já começa a ficar caótico principalmente na hora do rush. A primeira medida posta em prática para amenizar o problema foi a Via Livre, projeto esse que está sendo desenvolvido pela atual administração municipal, já implantado na avenida Jaguarari e rua Romualdo Galvão, aprovado pela população natalense e,  inclusive merecedor de prêmio nacional.

O trânsito é hoje um dos principais problemas nas grandes e médias cidades do país, sendo citado entre as questões mais preocupantes como segurança e saúde. E Natal, que outrora foi considerada a cidade com o ar mais puro das Américas, começa a enfrentar agora o problema com o grande número de veículos em circulação o que leva também a poluição atmosférica.

A capital potiguar  é uma cidade territorialmente pequena não tendo muitas artérias de desafogo. Seu mapa territorial não possibilita muitas alternativas para quem reside, por exemplo, nas zonas Sul e Norte da cidade.

Na Zona Sul são duas as vias de acesso para o Centro da cidade: A via Costeira e a avenida engenheiro Roberto Freire, que acaba desembocando na Salgado Filho.

Para quem mora na Zona Norte também restam duas alternativas: A velha ponte de Igapó e a Newton Navarro, que apesar de construída para desafogar o trânsito ainda não correspondeu a expectativa.

Como o Blog é um instrumento para discussão, repito aqui uma sugestão que me foi passada certa vez por um motorista de táxi. Na sua simplicidade, ele me disse que a solução para desafogar o trânsito em Natal não tinha mistério. Bastava transformar a Salgado Filho/Hermes da Fonseca em seis pistas de rolamento no sentido Zona Sul/Centro, e a Prudente de Morais no sentido Centro/Zona Sul durante a semana. No domingo e no sábado, voltariam ao normal, já que o fluxo de veículos nessas vias diminui no final de semana.

Apesar de simplória, a sugestão procede. Não haveria a necessidade de se diminuir canteiros nem muito menos derrubar árvores. O que teria necessidade apenas era de transformar os semáforos em frente e verso. Ou seja: em cada semáforo se adaptaria um outro atrás. E por que isso? Exatamente para liberar as avenidas para os finais de semana com mão dupla. Uma outra sugestão apresentada foi também a sincronização dos sinais numa onda verde, dentro desse projeto.

Outra medida que teria que ser tomada também, mais que não custaria muito aos cofres públicos, é que como o trânsito afunila no viaduto do 4º Centenário, alí próximo ao templo da Igreja Universal, se faria uma abertura no canteiro para desviar os veículos para a segunda pista de rolamento, já que na BR-101, por ser rodovia federal, o trânsito não poderia ser modificado.

Essa sugestão do simplório taxista, que vivencia o trânsito diariamente, certamente daria resultados satisfatórios. Pelo menos a título de experiência a prefeitura de Natal deveria fazer. No Rio, por exemplo, esse tipo de medida deu resultado. Durante a semana o trânsito no horário de rush é num único sentido nos bairros de Copacabana, Ipanema e Leblon. Tudo para desafogar o fluxo de veículos no sentido do centro da cidade.

A construção de túneis para pedestres por baixo das principais avenidas como a Salgado Filho, Hermes da Fonseca e Prudente de Moraes, sem dúvida também contribuiria para o desafogo do fluxo de carros dentro do projeto de transformar em pistas de rolamento únicas a Salgado Filho/Hermes da Fonseca e a Prudente de Moraes, em sentido opostos. Isso possibilitaria a eliminação de alguns semáforos liberando assim mais o trânsito.

Ecologicamente correto

Uma outra solução – essa algumas cidades já começam a colocar em prática como o Rio de Janeiro – seria o incentivo do uso da bicicleta. Por ser uma cidade de porte médio e que as avenidas principais levam sempre ao litoral, seria o caso da prefeitura do Natal começar a pensar em construir ciclovias nas principais vias públicas com campanhas educativas até como gancho de uma administração que defende o ecologicamente correto. Dessa maneira, a um custo mínimo, poderia se desafogar o trânsito. Hoje, a bicicleta é o meio de transporte mais correto em todo o mundo.

Sobre mobilidade urbana, as questões do transporte público são graves. A solução mais viável seria o VLT [Veículo Leve sobre Trilhos]. Mas essa alternativa custa caro. De imediato seria sem dúvida a melhoria no transporte de massa com ônibus confortáveis e linhas com baldeações entre bairros mais distantes. Isso também não é impossível de ser realizado. Como se observa pensar o trânsito a um custo mínimo e com medidas eficazes a curto prazo se faz urgente e necessário.

Foto: Agora RN

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