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Política

Agente da PF investigado por trama golpista diz em áudio que estava pronto para prender Moraes e `matar meio mundo de gente´

Está no Brasil 247

A Polícia Federal (PF) divulgou áudios que revelam a participação do agente Wladimir Soares no envolvimento do planejamento de um golpe de Estado bolsonarista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no início de 2023. Em um dos registros, Soares declara que integrava uma equipe preparada para prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após as eleições de 2022 e que, se necessário, ele e os militares que integravam o grupo estavam dispostos a “matar meio mundo de gente”.

Segundo a CNN Brasil, Soares aparece em dos áudios defendendo a prisão do ministro Alexandre de Moraes “sem muita conversa”. “Tinha que ter cortado a cabeça logo… tem que prender, prende logo e não tem muita conversa”, afirma o agente. O policial, que fazia parte de um grupo armado com o objetivo de neutralizar o ministro diz ainda que “a gente estava preparado para isso inclusive, para ir prender o Alexandre de Moraes. Eu ia estar em uma equipe, ia botar para f* nesse filho da p*”.

Em fevereiro, a CNN já havia antecipado a existência dos áudios, revelando que o agente mencionava que a equipe estava “com Moraes na mira”. Em outro trecho, Soares expressa frustração pela falta de ação de Jair Bolsonaro (PL) durante a tentativa de reverter a nomeação de Alexandre Ramagem para diretor-geral da PF, decisão esta tomada por Moraes em 2020. “O Alexandre de Moraes realmente tinha que ter tido a cabeça cortada quando ele impediu o presidente de colocar um diretor da Polícia Federal, o Ramagem. Tinha que ter cortado a cabeça dele era ali, mas não fez, foi frouxo”, desabafa o agente.

Segundo a PF, Wladimir Soares era um infiltrado na segurança do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e fazia parte de um plano de assassinato contra Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro Alexandre de Moraes, que à época presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A operação “Contragolpe” da PF revelou como o agente forneceu informações cruciais sobre a segurança de Lula, indicando que fazia parte de uma conspiração para neutralizar, através de ações violentas, as figuras-chave do novo governo.

O agente foi preso em novembro de 2023, e a investigação aponta que ele integrava um grupo com militares das Forças Especiais do Exército, cujo objetivo era “neutralizar” as autoridades mencionadas. Segundo o relatório da PF, os militares estavam posicionados em frente ao edifício onde Moraes residia, em Brasília, prontos para agir a qualquer momento. A PF também encontrou outros áudios nos quais Soares declara que a equipe estava preparada para agir com extrema violência.”A gente ia com muita vontade, íamos empurrar meio mundo de gente, íamos matar meio mundo de gente, não estava nem aí mais”, disse Soares em um outro áudio.

Nos áudios, Soares também faz duras críticas a Bolsonaro, por não ter ordenado uma ação mais agressiva. “Não ia ter posse, cara. Nós não íamos deixar, mas aconteceu. E Bolsonaro faltou um pulso pra dizer: ‘não tenho general, tenho coronel, então vamos com os coronéis’. Era o que a tropa toda queria”, afirma o agente, evidenciando a insatisfação com a postura do ex-presidente em relação aos movimentos golpistas.

A PF detalha que a operação resultou na prisão de Soares e de quatro militares, que estavam envolvidos no esquema. Além disso, os áudios revelados também indicam a disposição do grupo de impedir a posse de Lula, a qualquer custo, se fosse necessário.

Foto reproduzida da Internet

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