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Está no g1
Após a destruição de residências e comércios pela cheia do Guaíba, moradores de Porto Alegre convivem agora com as consequências da água, que atingiu o maior nível já registrado desde 1941. São animais mortos, esgoto e o mau cheiro, que está impregnado nas ruas dos bairros Menino Deus, Cidade Baixa e Centro Histórico.
Parte das ruas estão secas em razão das casas de bombas, que voltaram a operar na capital. Das 23 que compõem o sistema anticheias, 19 precisaram ser desligadas devido à enchente ou ao risco de choque elétrico. Atualmente, há nove em operação, segundo o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae).
A assistente de câmbio Katia Toledo mora no bairro Menino Deus. Ela afirma ter sofrido com alagamentos no condomínio em que mora nos últimos dois anos – algo que nunca ocorreu antes. Agora, ela lida com a limpeza do imóvel e convive com animais mortos e a água do esgoto.
“A gente teve que lavar todo o corredor do prédio com água sanitária, com detergente, com água. Porque ficou mesmo água podre, tinha até minhoca. Tinha uns vermes, uns bichos muito ruins, muito feios, no meio do prédio, e apareceu muito rato. A gente está vendo rato dentro dos apartamentos térreos, que foram inundados”, diz.
No bairro Cidade Baixa, a água invadiu ruas e causou estragos em residências e comércios da região, no dia 6 de maio. O prefeito chegou a recomendar que os moradores deixassem as casas, após uma casa de bombas ser desligada por questões de segurança.
O assistente de leilão imobiliário Mateus Marchant disse que, no dia da recomendação da prefeitura, precisou sair de casa às pressas. Ao voltar no dia seguinte, a água já chegava ao nível do joelho.
Ele não está morando no local no momento, mas faz visita quase que diárias para pegar roupas novas e se organizar.
“É muito barro e, de vez em quando, [a gente] vê um peixinho morto jogado assim pela rua”, diz.
“A água é um nojo, lixo boiando. Eu vi uma cena absurda, que era um monte de barata na parede correndo da água”, complementa.
No Centro Histórico, onde a água atravessou o Muro da Mauá, moradores também convivem com as consequências da enchente. A auxiliar administrativa Nathália Sachett de Lima é uma das pessoas que evitou sair de casa, por medo da contaminação dos filhos e do cachorro. A água também passou a ser um problema dentro de casa, pois ela relata que não está cristalina.
“São peixes mortos que estão aparecendo, outros animais, rato, e o cheiro dessa água. Isso é algo que jamais pensei que veria e que sentiria tão perto da minha casa. Jamais pensei que eu, morando em Porto Alegre, fosse ser uma refugiada climática”, afirma.
Ao todo, 365 toneladas de resíduos, lodo e entulho foram recolhidos até sexta-feira (10) pelas ruas da capital, segundo o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU).
O diretor-geral do órgão, Carlos Hundertmarker, disse que este é “o maior desafio da história” do departamento e que que foi montado um plano de limpeza nesta semana para mapear os estragos causados pela água.
“É um trabalho que não conseguimos ainda nem mensurar quantas mil toneladas de resíduos vamos retirar”, revela.
Números da tragédia no RS
Os temporais e as cheias que atingem o Rio Grande do Sul já deixaram 149 vítimas, segundo o boletim mais recente da Defesa Civil. Além disso, são 108 desaparecidos e 806 feridos.
Segundo a Defesa Civil, 614,7 mil pessoas estão fora de casa – 76,5 mil em abrigos e 538,1 mil desalojados (em casa de amigos e parentes).
Dos 497 municípios do estado, 452 registraram transtornos relacionados aos temporais, afetando mais de 2,1 milhões de pessoas.
Foto reproduzida da Internet
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