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Está no Brasil 247
A ofensiva bolsonarista nos Estados Unidos contra membros do Judiciário brasileiro ganhará novos contornos, com mais alvos se tornando prioridade na estratégia de sanções econômicas, informa Malu Gaspar, do jornal O Globo. Além das articulações contra o ministro Alexandre de Moraes, o próximo passo da estratégia será a inclusão do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e dos ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso na lista de alvos das sanções norte-americanas. A estratégia busca desgastar o Supremo Tribunal Federal (STF) e forçar um recuo nas decisões do Judiciário, incluindo o julgamento de Jair Bolsonaro (PL), acusado de envolvimento na tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022.
Na terça-feira (18), Eduardo Bolsonaro anunciou sua licença temporária da Câmara dos Deputados para permanecer por mais tempo nos Estados Unidos. A decisão do parlamentar visa, entre outras coisas, reforçar a presença bolsonarista em solo americano, onde se articulam sanções que afetem não apenas Moraes, mas também outros membros do STF.
De acordo com aliados de Bolsonaro, a ideia é seguir com uma ofensiva a “conta-gotas”, ou seja, a aplicação gradual de sanções, com o objetivo de pressionar o STF a rever suas decisões sobre o julgamento de Bolsonaro e de forçar a aprovação de um projeto que anistie os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. A tática inclui apelos para que o governo americano aplique sanções ao ministro Alexandre de Moraes por meio do Tesouro dos EUA, utilizando o mecanismo das Ofac (Office of Foreign Assets Control), que sanciona indivíduos e entidades consideradas ameaças à segurança nacional dos Estados Unidos.
Essas sanções, que podem afetar contas bancárias, cartões de crédito e outros serviços financeiros, são apelidadas informalmente de “pena de morte financeira” nos Estados Unidos. Elas podem ser aplicadas independentemente de os alvos terem bens no país. No caso de Moraes, a ação contra ele vem sendo estudada desde fevereiro por aliados de Bolsonaro, que têm trabalhado com congressistas republicanos para elaborar uma carta a ser entregue ao presidente Donald Trump e ao secretário de Estado, Marco Rubio, pedindo a inclusão de Moraes na lista de sancionados.
Além disso, o movimento se estende a outros membros do Supremo, como o ministro Gilmar Mendes e o presidente do STF, Luís Roberto Barroso. A estratégia visa pressionar ainda mais o Judiciário brasileiro, com a eventual aplicação de sanções em fases subsequentes.
Gilmar Mendes, é visto como uma das figuras-chave do STF e do Judiciário brasileiro. Sua atuação, especialmente em sua posição como padrinho da indicação de Gonet para a PGR, coloca-o como um alvo de peso nas estratégias bolsonaristas. Barroso, o atual presidente do STF, também é considerado fundamental para o andamento do julgamento de Bolsonaro, que deve se estender ao longo de 2025. A articulação envolve a criação de uma carta a ser assinada por deputados e senadores republicanos, que será entregue em breve a Trump e Rubio.
Essas ações estão sendo acompanhadas de perto por integrantes do movimento, que veem a aplicação das sanções como uma questão de tempo, dependendo da reação do Judiciário brasileiro às primeiras penalidades impostas a Moraes. A cronologia da inclusão de novos alvos, como Gonet, Mendes e Barroso, dependerá das respostas institucionais no Brasil. No entanto, uma coisa está clara: o movimento de pressão sobre o Supremo e o Ministério Público é uma peça chave na estratégia bolsonarista para tentar reverter as decisões do STF e, eventualmente, garantir a anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Essas sanções se baseiam na legislação conhecida como “Lei Magnitsky”, uma medida aprovada durante o governo de Barack Obama, que visa punir autoridades estrangeiras acusadas de violar direitos humanos. Nos bastidores, bolsonaristas trabalham para garantir que as sanções se concentrem nos alvos do Judiciário e não envolvam seus familiares ou resultem em sanções comerciais contra o Brasil.
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