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Está no Brasil 247
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu à Polícia Federal que se reuniu com uma autoridade dos Estados Unidos no Brasil no mês passado. No entanto, preferiu manter em sigilo o teor do encontro, informa reportagem do Metrópoles.
A reunião, segundo o depoimento prestado na quinta-feira (5), ocorreu no dia 6 de maio de 2025 com Ricardo Pita, conselheiro sênior do Departamento de Estado dos EUA para Assuntos do Hemisfério Ocidental. Questionado sobre o conteúdo da conversa, Bolsonaro limitou-se a afirmar que “foi uma conversa de teor reservado”, sem fornecer detalhes aos investigadores.
A oitiva do ex-presidente integra o inquérito que apura a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. A investigação conduzida pela PF apura se Eduardo teria tentado constranger instituições brasileiras — especialmente o Supremo Tribunal Federal (STF) — por meio de articulações com parlamentares e autoridades estrangeiras.
Durante o depoimento, Bolsonaro negou ter tratado, com autoridades americanas, de sanções contra membros do governo ou das instituições brasileiras. Ainda assim, reconheceu que recebeu o representante do Departamento de Estado em sua residência, o que reforça a percepção de que houve algum nível de interlocução com atores internacionais.
Além disso, o ex-presidente também negou ter enviado documentos, relatórios ou dossiês sobre o STF, a Procuradoria-Geral da República (PGR) ou a própria PF a qualquer autoridade estrangeira. A PF também perguntou se Bolsonaro teria mantido contato com o filho Eduardo sobre o tema de sanções, o que ele também negou.
A convocação do ex-presidente para depor foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no contexto das investigações sobre o financiamento da permanência de Eduardo nos EUA. Bolsonaro declarou que enviou ao filho a quantia de R$ 2 milhões, mas não detalhou a finalidade específica dos recursos.
O caso ganhou dimensão internacional após manifestações do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que demonstrou preocupação com alegações de cerceamento de liberdades no Brasil. “Isso está sendo analisado agora. E há uma grande possibilidade de que isso aconteça”, afirmou Rubio ao ser questionado sobre eventuais sanções contra autoridades brasileiras.
A atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA tem se centrado em narrativas sobre uma suposta erosão das liberdades no Brasil, tese rejeitada por juristas e instituições nacionais. Ao mesmo tempo, o silêncio de Bolsonaro sobre o conteúdo do encontro com a autoridade norte-americana levanta questionamentos sobre os reais objetivos da reunião e o grau de articulação entre figuras da extrema direita brasileira e norte-americana.
O avanço das investigações poderá lançar nova luz sobre as conexões internacionais do bolsonarismo e sobre possíveis tentativas de pressionar instituições democráticas brasileiras com apoio externo.
Foto reproduzida da Internet
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