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Está no Brasil 247
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, rebateu com veemência as recentes ameaças do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, sobre possíveis sanções contra países do BRICS que mantêm relações comerciais com a Rússia. A informação foi publicada originalmente pela RT no último sábado (19).
Em entrevista à CNN Brasil, Mauro Vieira não poupou críticas à postura do dirigente da aliança militar ocidental. “Totalmente absurdas”, afirmou o chanceler ao comentar as declarações de Rutte, que sugeriu “consequências massivas” para Brasil, Índia e China caso mantenham os laços comerciais com Moscou. Rutte destacou especialmente o comércio de petróleo e gás e apelou para que os líderes desses países pressionem o presidente russo, Vladimir Putin, a participar “seriamente” das negociações de paz sobre a Ucrânia.
“Essas declarações de Rutte são absolutamente infundadas e irrelevantes”, reforçou Vieira, lembrando que a Otan é uma aliança militar e não um organismo comercial. “O Brasil, como todos os outros países, trata de questões comerciais bilateralmente ou dentro do marco da Organização Mundial do Comércio (OMC). Portanto, não faz sentido esse tipo de ameaça”, criticou o ministro brasileiro.
Vieira também ironizou a incoerência da postura europeia ao apontar que a própria União Europeia — cujos países integram majoritariamente a Otan — continua sendo uma compradora relevante de energia russa. Mesmo com esforços para reduzir a dependência do petróleo e gás russos, o bloco europeu adquiriu 17,5% de seu gás natural liquefeito (GNL) da Rússia em 2024, segundo dados da indústria energética.
O Brasil é membro fundador do BRICS, bloco criado em 2006 junto a Rússia, Índia e China. Desde então, a organização se expandiu para incluir África do Sul, Egito, Irã, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. No último ano, o BRICS aprovou a criação da categoria de “país parceiro”, após mais de 30 países demonstrarem interesse em integrar o grupo.
A ameaça de Rutte ocorre após sinalização semelhante do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que na mesma semana anunciou novo pacote de ajuda militar para a Ucrânia e ameaçou impor tarifas de 100% sobre países que comercializem com a Rússia, caso não haja um acordo de paz em 50 dias.
A escalada de pressões do Ocidente também foi criticada pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, que denunciou a tentativa de “pressão indevida” sobre Trump, tanto por parte da União Europeia quanto da Otan, para adotar uma postura mais agressiva em relação ao conflito. Moscou reiterou estar aberta a negociações com Kiev, mas aguarda um posicionamento ucraniano para a retomada dos diálogos. Até o momento, duas rodadas de negociações diretas ocorreram este ano em Istambul, sem avanços concretos, exceto por acordos humanitários como as trocas de prisioneiros em larga escala.
A reação firme de Mauro Vieira evidencia o incômodo do Itamaraty diante do que considera tentativas arbitrárias de ingerência nas decisões soberanas do Brasil, especialmente em um momento de fortalecimento do BRICS e de crescente multipolaridade nas relações internacionais.
Foto reproduzida da Internet
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