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por Carlos Alberto Barbosa

A campanha do ex-presidente Lula tem que ter o maior cuidado agora no segundo turno com o índice de abstenção que no primeiro turno das eleições presidenciais chegou a 23,15%. Índice foi o maior desde o pleito de 1998: 34 milhões de pessoas deixaram de votar.

Chamo a atenção pra isso porque agora no segundo turno não se terá mais a disputa para candidaturas proporcionais – deputados estaduais e federais – , o que significa dizer que o transporte gratuito de eleitores em locais mais longínquos como nas zonas rurais, sobretudo do Nordeste, deixarão de existir. E se o índice de abstenção foi alto no primeiro turno poderá aumentar ainda mais no segundo turno. Portanto, muita atenção pra isso, porque certamente quem mobilizar mais esta fatia de 30 milhões de ausentes leva pra casa.

Observo que, além de contar com a queda dos brancos e nulos no primeiro turno, Bolsonaro tirou vantagem da migração dos eleitores de Ciro Gomes e Simone Tebet, daí ter surpreendido as pesquisas eleitorais alcançando no domingo (2) o percentual de 43,2% de votos, o que o levou ao segundo turno. A terceira via já vinha desidratando lentamente a cada pesquisa e, na reta final, parte do seu eleitorado ainda estava disposto a migrar para outro, na tentativa de liquidar a fatura no primeiro turno. A maioria destes votos certamente foram para Bolsonaro. O resultado final das urnas mostraram isso claramente.

Foto reproduzida da Internet