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Economia, Política

China acusa os EUA de quebra de trégua comercial e promete `medidas firmes´

Está no Brasil 247

A tensão entre China e Estados Unidos voltou a escalar após declarações do presidente Donald Trump, que acusou Pequim de ter “violado totalmente” o acordo firmado entre os dois países sobre o comércio de minerais estratégicos. A resposta veio rapidamente: o Ministério do Comércio da China acusou Washington de romper os termos da trégua comercial firmada em maio e prometeu adotar contramedidas.

De acordo com reportagem publicada pelo Financial Times e repercutida pela Folha de S. Paulo, o governo chinês afirmou nesta segunda-feira (2) que os EUA “violaram seriamente” o entendimento alcançado em Genebra, que previa a suspensão parcial das tarifas sobre produtos como terras raras —elementos cruciais para setores como energia limpa, defesa e tecnologia— e o destravamento do comércio desses materiais estratégicos para empresas americanas.

O governo chinês tem cumprido rigorosamente suas obrigações, diz o ministério, mas os Estados Unidos vêm implementando “uma série de medidas discriminatórias e restritivas” que prejudicam os direitos e interesses legítimos da China. Segundo o comunicado, “se os EUA insistirem em seguir seu próprio caminho e continuarem a prejudicar os interesses da China, a China continuará a tomar medidas firmes e resolutas para salvaguardar seus direitos legítimos. 

A ofensiva americana contra empresas chinesas inclui, entre outras ações, o veto global ao uso de chips da Huawei, a suspensão da venda de softwares de design de semicondutores e o cancelamento de vistos para estudantes chineses. Tais medidas foram mencionadas como violações do espírito do pacto de Genebra.

O estopim para o novo embate foi o ritmo considerado insatisfatório, por parte dos EUA, na concessão de licenças de exportação de terras raras. Segundo fontes próximas ao governo americano, a Casa Branca esperava que o acordo de 12 de maio revertesse as restrições anunciadas por Pequim em abril, o que ainda não ocorreu de forma plena.

“Talvez seja uma falha no sistema chinês, talvez seja intencional — vamos saber depois que o presidente conversar com o líder do partido”, afirmou o secretário do Tesouro, Scott Bessent, em entrevista à rede CBS. Segundo ele, a China está retendo produtos essenciais para cadeias industriais da Índia, da Europa, “e isso não é o comportamento de um parceiro confiável”.

Apesar das críticas, Bessent declarou estar otimista de que Trump e Xi Jinping possam resolver o impasse por meio de uma conversa telefônica que, segundo assessores da Casa Branca, pode ocorrer ainda nesta semana. Até o momento, o Ministério das Relações Exteriores da China não confirmou qualquer previsão de diálogo entre os líderes.

Fontes ligadas ao governo chinês sustentam que houve avanço na liberação de licenças e atribuem os atrasos a questões burocráticas. Segundo uma delas, a aprovação de quase uma dúzia de embarques teria sido suficiente para evitar o colapso completo da trégua comercial. No entanto, dezenas de pedidos continuavam pendentes, segundo relato de uma autoridade americana.

Michael Hart, presidente da Câmara Americana de Comércio na China (AmCham China), avaliou que, apesar da lentidão, há movimento por parte de Pequim. “É um novo processo que a China está tentando implementar. O que ouvimos é que há apenas um punhado de funcionários analisando milhares de pedidos”, explicou.

Foto reproduzida da Internet

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