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Política

Dois meses após desbloqueio, rede social X segue como palco de fake news

Está no Brasil 247

Dois meses após retornar ao Brasil e cumprir as exigências impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender seu bloqueio, a rede social X, de propriedade do bilionário Elon Musk, voltou a ocupar um lugar de destaque no cenário político nacional. Contudo, a plataforma segue enfrentando críticas pela disseminação de desinformação, razão principal de seu embate com autoridades brasileiras. 

Um dos casos mais recentes envolve uma ação da Advocacia-Geral da União (AGU), que solicitou na última quarta-feira investigações pela Polícia Federal (PF) e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre publicações que atribuem declarações falsas a Gabriel Galípolo, diretor do Banco Central (BC) e futuro presidente da instituição. A AGU sustenta que os posts influenciaram diretamente no aumento do preço do dólar, levantando preocupações sobre manipulação de mercado.

Outro episódio de grande repercussão ocorreu na semana passada, quando a internação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva motivou a circulação de uma imagem falsa do chefe do Executivo com a cabeça enfaixada. A imagem, gerada por inteligência artificial, foi acompanhada por um pedido falsificado de emissão de certidão de óbito, que utilizava indevidamente o logotipo do hospital Sírio-Libanês. Procurada, a plataforma X não emitiu nenhum comentário sobre o caso.

Esses episódios evidenciam como a desinformação continua a permear o ambiente digital. Dias antes, o influenciador e youtuber Felipe Neto anunciou que entrou com um processo judicial contra o senador Cleitinho (Republicanos-MG) e o deputado Gustavo Gayer (PL-GO). Os parlamentares teriam compartilhado uma suposta captura de tela forjada, que comparava preços de produtos nos governos de Lula e Jair Bolsonaro. Procurados, os dois políticos não se manifestaram.

A regulamentação da inteligência artificial também foi alvo de desinformacão. Perfis bolsonaristas propagaram informações distorcidas sobre o projeto de lei aprovado na terça-feira no Senado, alegando que o texto imporia censura nas redes sociais. Além disso, houve a disseminação de dados incorretos sobre o aumento do ICMS em compras internacionais, uma decisão atribuída erroneamente ao governo federal, quando, na verdade, foi tomada por secretários estaduais de Fazenda.

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