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Economia

Entidades do comércio estimam prejuízos de quase R$ 2 bilhões causados pelo apagão da Enel em São Paulo

Está no Brasil 247

As principais entidades que representam o comércio e os serviços em São Paulo já calculam prejuízos financeiros que ultrapassam R$ 2 bilhões em razão do apagão que atinge a capital e região metropolitana. Após cinco dias de interrupções na distribuição de energia elétrica, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) divulgou uma atualização nesta terça-feira (15), apontando que o faturamento bruto dos setores mais afetados, especialmente o de serviços, já acumula perdas de aproximadamente R$ 1,82 bilhão, segundo reportagem do Valor.

De acordo com a FecomercioSP, o setor de serviços é o mais impactado, com um prejuízo estimado em R$ 1,23 bilhão. “Estamos falando de uma perda diária de cerca de R$ 246 milhões”, afirmou um porta-voz da entidade. O comércio paulistano, por sua vez, amarga perdas que já somam R$ 589 milhões, sendo o pior dia registrado no último sábado (12), quando, devido à falta de energia, o Dia das Crianças – uma das datas mais importantes para o comércio – foi severamente prejudicado. Somente nesse dia, o setor de serviços deixou de faturar R$ 442,3 milhões, enquanto o comércio perdeu R$ 211 milhões em vendas que não puderam ser concretizadas.

Além da Fecomercio-SP, a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) também atualizou suas estimativas, reportando um prejuízo de mais de R$ 150 milhões apenas para o setor de alimentação e hospedagem. “Desde sexta-feira à noite, acumulamos sete períodos sem funcionar, afetando diretamente almoços e jantares, os horários de maior movimento”, destacou Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp. Segundo ele, pequenos hotéis, bares e restaurantes foram os mais atingidos pela interrupção prolongada, que ocorreu no fim de semana prolongado pelo feriado, o que normalmente garantiria um fluxo elevado de clientes.

Pressão sobre a Enel

A Fhoresp notificou oficialmente a Enel, empresa responsável pela distribuição de energia, exigindo medidas urgentes para normalizar o fornecimento em centenas de estabelecimentos ainda sem luz. “Protocolamos um pedido para que a Enel crie um canal permanente para registro de reclamações e acompanhamento dos casos mais críticos. Os empresários estão desesperados com a falta de previsão para o retorno completo da energia”, ressaltou Pinto.

Além disso, a Fhoresp está buscando um diálogo direto com a distribuidora para que o ressarcimento dos prejuízos ocorra de maneira ágil e menos burocrática. “Se não houver resposta, vamos acionar nosso departamento jurídico para que os associados possam mover ações individuais de indenização. Não há como recorrer a uma ação coletiva porque cada empresa precisa provar individualmente os prejuízos, com base em notas fiscais e outros documentos que comprovem o faturamento em dias normais”, explicou Pinto.

Enquanto a normalização completa do fornecimento ainda não é alcançada, os setores mais afetados seguem amargando perdas diárias significativas, agravando uma situação que já comprometeu um dos principais períodos comerciais do ano.

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